Hoje vamos falar de memorização, aliás, de técnicas de memorização. São dicas simples e fáceis de aprender que vão te ajudar a gravar os conteúdos estudados.
Mas, entenda uma coisa: quando você for estudar precisará do básico (que é um ambiente correto) e ter um planejamento. No mínimo, você tem que saber as datas de quando vão acontecer as provas, certo?
Você precisa saber quanto tempo você tem para o dia do jogo!
Então, vamos as dicas!
1 – Resumos e auto explicação
A primeira dica é fazer um resumo e uma explicação!
Como assim?
Se você está em uma aula de aula e está lendo, só assistiu a aula e não prestou a atenção, então, seu estudo não está sendo eficiente!
Praticamente vai valer o velho e bom ditado que diz que o conteúdo vai “entrar em um ouvido e sair pelo outro”.
O ideal é que você preste atenção na aula – e por menos que você acredite, isso é uma baita de uma técnica de memorização por que tem a ver, posteriormente, com a auto explicação!
Essa prática é fácil: você deve tomar nota do que está acontecendo na sala e durante a explicação dos professores ou colegas.
Outra dica é não é para tomar nota no sentindo literal (porque tem gente que copia a frase de algum livro e coloca no caderno).
Simplesmente copiar o que o professor está falando e repetir não é o correto porque assim você não vai trabalhar a sua mente!
A ideia é fazer a captura da informação, processar a informação e depois transferir ela para um papel. Dessa forma, você vai trabalhar sua mente para armazenar a informação.
Aliás, entenda brevemente, a diferença entre resumo, revisão, resenha e fichamento:
Tanto para um quanto para outro, precisamos criar o hábito de estudo.
E esse hábito é importante quando se tem o problema da falta de tempo para estudar – sempre precisamos estar atento aos livros e voltarmos a eles periodicamente.
Se é para otimizar tempo, então, vamos começar definindo os termos!
Revisão – o que é?
Revisão vem do latim revisio e é a ação de rever. Logo, o verbo significa se submeter a algo com atenção e cuidado.
Existem vários tipos de revisão em função do âmbito da questão – em casa, costumamos revisar coisas de forma informal, sem que tenhamos um plano prévio.
Dá o nome de revisão literária o relatório que analisa e discute um texto.
Resumo – o que é?
O resumo é uma exposição abreviada de um acontecimento. É o ato de resumir alguma coisa através de uma síntese ou sumário.
Uma pessoa que vai fazer um resumo significa que ela vai apresentar o conteúdo de forma sintética destacando as partes principais.
Para fazer um resumo, é preciso fazer uma análise e interpretação do conteúdo para que sejam transmitidas as ideias mais importantes.
Uma das técnicas usadas para a produção de bons resumos é a de sumarização, ou seja, um processo mental de seleção de dados e das informações mais importantes.
Resenha – o que é?
Uma resenha é um texto que tem a opinião crítica de uma pessoa que escreve em relação ao livro ou um documento sobre o qual foi elaborada a resenha.
Apesar de transmitir a ideia do escritor, a utilização da primeira pessoa não é recomendada – e é importante referir que no caso da resenha descritiva, a opinião do autor não deve estar presente.
Fichamento – o que é?
O fichamento é um método de registro e armazenamento de informações que facilita o acesso de diversos conteúdos sobre algum assunto a ser pesquisado.
Nesse processo, deve haver a identificação completa da obra (nome, autor, editora, ano, local, edição). Além de uma síntese (que pode ser um resumo) deve ter também os principais conteúdos ou temas do texto.
2 – Simulado e resolução de questões
A segunda dica é você resolver questões ao fazer simulados!
Uma vez que você captou informação, você resumiu ela. Quando você vai fazer questões de simulados, vai ser mais uma forma do conteúdo bater ali de novo na sua cabeça e mais uma forma de manter ele fresco.
Essa é uma das melhores técnicas de memorização que existem no mundo.
Pequenas Pausas: Também São Importantes
Não é porque você está estudando sozinho que não terá a sua “hora do recreio”. Pausar o estudo é importante para que o processo de memorização e entendimento da disciplina seja positivo. Isso ajuda na assimilação de matérias.
Ainda que o aluno tenha planejado um intensivo plano de estudos, todos os especialistas concordam em dizer que durante uma semana, o aluno tem que ter, no mínimo, 1 dia inteiro para descanso.
Nesse dia de descanso, recomenda-se praticar atividades de lazer e cultura, que envolve atividades físicas ou mesmo filmes e livros, além de jogos e brincadeiras.
Mas, para a maioria das pessoas, ficar com a família vendo TV seria um bom descanso e tudo vai depender de como você lida com os seus pensamentos.
A ideia é, literalmente, descansar a cabeça, sem perder a motivação dos estudos. Isso que é importante.
Ir nadar em uma cachoeira, por exemplo, seria um dos melhores descansos porque traz a ideia de renovar a alma, de esfriar a cabeça e de nunca deixar o estudante desistir dos seus sonhos.
3- Acrônimos
Aqueles conteúdos que você tem que realmente memorizar e não tem como fugir, como por exemplo, os princípios constitucionais no âmbito administrativos podem ser facilitados com o uso de acrônimos.
Não sabe fazer isso? Veja o exemplo abaixo:
- Legalidade
- Impessoalidade
- Moralidade
- Publicidade
- Eficiência
Observação: a palavra LIMPE fará você se lembrar da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência… Que são os princípios a serem estudados.
Essas primeiras três dicas é muito simples, mas elas realmente funcionam.
4 – Memorização por repetição
Mas, presta atenção!
Não estamos falando daquela repetição do tipo decoreba, do tipo repetindo, repetindo e repetindo no mesmo momento até aquele entrando na sua cabeça e esquecer porque isso não funciona, não vai acontecer como deveria.
O que a gente tem que fazer é uma reflexão ao longo dos dias com as datas certas!
Funciona mais ou menos assim: imagine que durante a semana você tem 4 horas por dia para estudar, você tirar 4 horas para estudar só uma matéria e você ficar vendo e revendo essa matéria, aí depois você nunca mais vai ver ela.
Se você fizer isso, provavelmente, vai esquecer o que estudou.
O ideal é que você separe algum dos dias, um intervalo de tempo, para o conteúdo que vai estudar!
Por exemplo: é muito mais vantajoso se estudasse o conteúdo hoje, rever amanhã e depois rever daqui uma semana e aí você passa uma hora no primeiro dia, uma hora no segundo dia, uma hora no terceiro dia.
É muito mais vantajoso do que você fizer 3 horas seguidas ou 4 horas seguidas de uma matéria.
Imagina que você pegue um conteúdo que estudou hoje, você fez o seu resumo, no próximo dia você tira de 15 a 20 minutos para você fazer uma revisão, daí você faz uma revisão rápida. E, com a revisão você vai ter os pontos importantes e vai lembrar melhor.
Depois de 7 dias você faz outra revisão, revisão mais rápida ainda porque o conteúdo já vai estar fugindo da sua cabeça, quando você vê de novo e vai te ajudar que o conteúdo guardado na sua memória de longo prazo.
E é o que você faz depois? Daqui a 7 dias você revisa de novo, mas uma revisão rápida, depois de 30 dias você faz mais uma revisão ainda mais ágil.
E ai a mesma coisa uma revisão rápida de dez minutos, isso vai ajudar que o conteúdo fique sempre na sua memória.
Dica importante: sempre faça simulados e resolva questões – pelo menos uma vez ao mês, isso vai manter o conteúdo sempre vivo em sua memória.
Truques Rápidos para a Memória
Sabendo disso tudo, vamos imaginar a possibilidade de memorizar cartas de um baralho colocadas de forma aleatória em noventa segundos. Ou, se não, uma sequência número com mais de 100 dígitos em menos de 5 minutos. Isso é possível?
A ciência tem provado que sim…
Chester Santos, por exemplo, conseguiu fazer isso com alguns truques, os quais foram revelados posteriormente. Tudo se baseou em treinos para lembrar-se das coisas. Confira algumas dicas rápidas e fáceis.
O Truque da Associação
Conforme Chester Santos, esse é o seu truque número 1 – quando memoriza uma lista de nomes, ao invés de fixar nas palavras, ele cria uma história que ajuda a lembrar dela.
Por exemplo, ao ler “macaco”, “pesos” e “casas”, ele faria uma associação com uma história do tipo “o macaco está levantando pesos em uma casa”.
Isso se chama associação de palavras e pode ser usada no dia a dia, assim como nos estudos, de várias maneiras. O truque é exatamente o de associar o nome há algo que você conheça e dê sentido em uma história.
O Truque da Ressonância Emocional
Você se lembra do que estava fazendo quando recebeu a notícia do dia 11 de setembro? Provavelmente sim. Isso se deve ao fato de que a notícia foi muito surpreendente ou o momento muito prazeroso.
O motivo que explica tal comportamento é a amígdala, uma zona emocional do cérebro que tem a qualidade de registrar sensações intensas – logo, tudo aquilo que se vive intensamente será mais fácil de memorizar.
Logo, à medida que algo te agrade, incluindo emoções, tudo ficará mais fácil, inclusive, a retenção de conteúdo.
O Truque da Novidade
Tudo que é novo atrai o cérebro e o faz recordar mais facilmente.
Isso tem a ver também com a Ressonância Emocional, já que nos desperta.
Portanto, é fácil lembrar os nomes anteriores, como na história do macaco. Logo, esse animal levantando pesos não é algo comum e sim novo.
O grande segredo para isso dar certo é usar muito a imaginação e a criatividade – é muito mais fácil memorizar palavras decoradas ou pintadas do que aquelas recolhidas em uma planilha do Excel.
O Truque do Palácio da Memória
Também chamado de Método de Loci. Esse é um truque muito antigo, da Grécia Antiga, e facilita a habilidade do cérebro de recobrar informações e conceitos – é uma das principais formas usadas pelos competidores de memória.
Conforme pesquisa da Radboud, na Holanda, depois de 40 dias de treinamento diário de 30 minutos usando o Palácio da Memória, a capacidade de memorização dobra.
Nesse caso, o recomendado é usar chaves que dão acesso à memória, como o aprendizado, a repetição e as técnicas de associação.
O Truque do Contexto
Quando o aluno começa a estudar um tema que a ideia de fixa-la na memória, o caminho percorrido tem que ser do Geral para o Específico. Tudo que é generalizado permite o entendimento mais claro durante a evolução do conceito.
Aí, caberá ao interessado memorizar aquele assunto a partir da análise.
Para os especialistas, a síntese é a atitude final para evitar o esquecimento do conteúdo.
O Truque das Frases Malucas
Outra forma de sintetizar conteúdos é criar frases “malucas”, ou seja, o caráter inusitado é mais fácil de ser lembrado e atua como gatilho para recuperar conceitos a eles associados.
Renato Alves é um dos campeões do Rank Brasil em memória, ele conta que a técnica está associada à palavras e conceitos, sendo que a ideia é montar frases sequenciais.
“Fica mais simples memorizar a sequência de informação”, ele garante.
O Truque de Ensinar
Renato Alves também fala sobre outra forma de memorizar conteúdos – através do comportamento de ensinar outras pessoas.
“Imagine-se ou tente dar uma aula. Se conseguir citar todos os detalhes e cobrir todo o assunto, significa que a memória foi consolidada e o que você aprendeu será lembrado por muito tempo”, ele diz.
A tática é eficiente porque quando o aluno tenta explicar o que acabou de aprender, ele cria conexões de neurônios, que se expandem e a informação é gravada por mais tempo, na memória de médio prazo.
“E com algumas revisões, por longo período”, indica.
O Truque da Visualização
A força da visualização é uma aliada da memória, diz Alves. Assim, é possível usar o próprio corpo para gerar o que é chamado de “Memória Anestésica”.
O Truque da Associação com Objetos Físicos
A melhor forma de explicar esse tópico é mostrando um exemplo.
Imagine que você acabou de conhecer a Giovana e ele estava próxima à uma janela. Logo, a expressão certa seria Giovana da Janela. Isso é estúpido? Na verdade, não é! Funciona!
O truque vale para nomes de pessoas, relatórios, documentos, marcas. Tudo que for associado à conceitos fica mais fácil de ser lembrado.
O Truque do Rabisco
Alguns estudos têm demonstrado que enquanto estamos “ouvindo” informações não visuais, podemos aumentar o poder da memória enquanto rabiscamos. A pesquisa de 2009 mostrou que esse aumento de memorização pode ser de quase 30% a mais.
Portanto, sempre que for ter uma aula ou palestra, leve uma caneta e um bloquinho de anotações.
O truque do Horário de Maior Produtividade
Todas as pessoas do mundo têm ritmos diferentes de aprendizagem, a maioria aprende mais quando estudam pela manhã, mas nem todas.
O ideal, aqui, é descobrir o seu melhor horário para estudo, período em que dispõe de mais concentração e energia.
Esse ponto é simples, mas importante porque vai te fazer a ter mais facilidade com as teorias, normais e cálculos, o que é um positivo na fixação do conteúdo estudado.
Se durante a manhã você é muito sonolento, esqueça. Procure outro horário – não adianta brigar consigo mesmo.
Claro que sabemos que nem todas as pessoas vão conseguir seguir seus horários prediletos para estudar. Portanto, especificamente para essas pessoas, o mais aconselhável é conseguir manter um hábito e ritmo de estudo – que só é possível com a rotina.
É mais complicado, mas é possível.
Se você ainda não sabe qual o seu melhor horário para estudar, o jeito certo é fazer isso semanalmente e, ao fim do mês, descobrir qual é ele.
Faça anotações ao perceber quão produtivo é em determinado horário e analise também as distrações, concentração, foco, facilidade de pensar, raciocino lógico, raciocínio rápido, entre outros.
“Existe o número de horas que você pode estudar. Passar muito de 10 horas é loucura. Vai terminar, sendo um tiro no pé”, aconselha Lia.
Para que essas técnicas façam sentido, é importante entender o processo de memorização, levando em conta a de curto e a de longo prazo. Leia o tópico a seguir:
Como o cérebro guarda memórias?
Nos dias atuais, a ciência fala em duas memórias – curto e longo prazo.
- A de curto prazo armazena apenas 7 itens (números, nomes) e isso dura segundos.
- A de longo prazo mantém assuntos de destaque ou dados que precisamos lembrar.
“Recordamos com mais facilidade algo que associamos a um contexto ou que tenha importância emocional”, afirma o psicólogo Orlando Bueno, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
A memória parece uma habilidade infalível, só que quando nos lembramos de algo nunca reconstruímos a cena com fidelidade.
“O cérebro guarda apenas fragmentos do que aconteceu e, na hora de montar o quebra-cabeça das lembranças, contam as emoções e a maneira como a pessoa percebeu o fato ocorrido. Quem tem memória é o computador. O que nós temos é uma vaga lembrança”.
Concluiu o pensamento acima o neurofisiologista Luiz Eugênio Mello, da Unifesp.
Como funciona esse “depósito de lembranças”?
As novas informações chegam ao tálamo – a primeira estrutura do cérebro humano.
O tálamo funciona como espécie de um filtro de atenção. Logo, se você estiver focado em um jogo de futebol no campo, essa parte do cérebro ficará concentrada apenas nisto, ignorando o ruído da torcida – por exemplo.
Depois, com os impulsos nervosos, a informação é recebida e transmitida à região onde será processada, que é o córtex. O córtex identifica todos os sentidos.
Depois do córtex, a informação chega ao hipocampo.
O hipocampo é o “manda chuva” da memória. Ele seleciona o que será armazenado ou não. Se for uma novidade, possivelmente ele guardará. Se não for útil, descartará.
Quando ele decide o que será guardado, ele envia para o córtex de volta.
Voltando ao córtex, cada parte de uma única informação é guardada em uma região aleatória.
Nesse mesmo tempo, enquanto o hipocampo atua de um lado, a amígdala trabalha de outro.
A amígdala dá o brilho emocional às informações, destacando o que é mais marcante para nós.
Na prática, é como você estacionar o carro na rua. Se deixar ele lá por muito tempo poderá pagar multa e além do mais ele ficará empoeirado. Com a informação, vale o mesmo. E é amígdala que vai decidir isso – se continuará empoeirada ou receberá o brilho devido.
O importante é reconhecer que toda informação – empoeirada ou não – estará armazenada no córtex.
Quando você decide recordá-las, quem atua é o lobo frontal. Assim, os impulsos nervosos do lobo frontal transmitem as perguntas ao hipocampo – te fazendo lembrar-se da letra da música, por exemplo.
Como o hipocampo foi responsável por guardar tudo – ele é quem sabe tudo. Logo, conseguirá pegar cada parte individualizada para compor toda a cena. Ele cruza as informações em uma reconstrução NÃO fiel.
Essa falta de fidelidade deve-se ao fato de que o estado emocional e a percepção estão atrelados também na fórmula e cada um influi de um modo nas nossas lembranças.
Da redação com informações do youtube