Vai prestar concurso para professor? Conheça essas 9 pedagogias

Os professores têm várias opções de concursos públicos para tornar a vida profissional privada como pública. Uma dessas opções são as provas para magistérios das prefeituras, em âmbito regional.

Em 2016, por exemplo, a prefeitura de São Paulo abriu mais de 2,4 mil novas vagas para professores de Ensino Fundamental II e Ensino Médio, com salários de mais de 2 mil reais e jornada de 30 horas semanais.

O requisito, nesse caso, era o de ser licenciado em algumas das áreas: artes, biologia, educação física, espanhol, física, geografia, história, inglês, matemática, português, química ou sociologia.

Para todos esses profissionais, um grande diferencial era saber as informações e os conteúdos dos conhecimentos pedagógicos – e isso nós vamos falar no decorrer deste artigo.

Antes, porém, vamos entender a importância de se ler o edital, inclusive, nesses casos.

ANÚNCIO

A análise do edital na hora de prestar concurso público

O edital é importante porque é ele que vai guiar, de forma original, o aluno para o estudo.

No caso citado acima, magistério em São Paulo, foi através dele que se pode comprovar que a prova seria composta por três etapas: objetiva, discursiva e de avaliação de títulos.

Especificamente sobre a parte objetiva, foram 60 questões de múltipla escolha, numeradas e com 5 alternativas e apenas uma resposta correta.

Mas, a questão mais importante é: quais os temas que foram cobrados?

É por isso que ler o edital é tão importante.

Nesse caso, a seleção dos temas foi: conhecimentos pedagógicos (30) e conhecimentos específicos (30), sendo que o aproveitamento foi calculado conforme outros critérios.

E aí, o que você sabe desses temas? Sobre os conhecimentos pedagógicos é que vamos falar agora!

Dicas para prova de conhecimentos pedagógicos

As dicas são para professores e qualquer outra pessoa que vai prestar concursos públicos na área da educação, especialmente aqueles que são cargos do magistério.

As teorias pedagógicas estão descritas na Educação Básica e, por isso, é tão importante.

O fato é que a pedagogia brasileira foi influenciada por vários filósofos e teóricos. Com o passar dos anos, chegamos a um sistema de ensino o qual conhecemos hoje.

Antes de iniciar alguns pontos, entenda que essa educação é dividida em duas vertentes:

I – a liberal

Que se compõe pela tradicional, renovadora progressista, escola nova e tecnicista.

II – a progressista

Que inclui tendências libertadora, libertária e crítico-social.

Abaixo, separamos algumas ideias da pedagogia liberal, do tecnicismo, dos críticos-reprodutivistas e a educação progressista, confira.

1 – A pedagogia liberal

É um ensinamento que visa o aspecto instigador ao aluno, mostrando que ele pode aprender a partir das suas próprias aptidões e preferências.

A ideia é justamente a de liberal, mas não, necessariamente, de democrática.

A pedagogia liberal foca na cultura individual de cada aluno – e é a partir disso que ele pode viver em sociedade, em harmonia com outras pessoas, de outras culturas e experiências.

Não há como falar em pedagogia liberal sem mencionar Paulo Freire, que é o principal autor dessa tendência libertadora.

Para ele, o objetivo da educação tem que ser o de transformar o aluno em um cidadão mais critico e ativo em toda a sociedade.

O resultado são conteúdos que busquem a realidade brasileira através dos pontos políticos e dos aspectos sociais dentro da sala de aula.

2 – A pedagogia tradicional

Ela também está vinculada à pedagogia liberal, só que com outro viés.

Aqui é possível imaginar a cena: onde o professor fica a frente da sala, sendo um disseminador de conhecimento, e os alunos se dispõe em cadeiras, em filas, sendo considerados meros ouvintes.

Essa pedagogia tem o professor como centro de informações, as quais são absolutas. E o aluno é passivo frente a essa forma de aprender.

Essa é uma das maneiras pelo qual o ensino necessita da memorização para completar o aprendizado.

3 – A pedagogia renovadora progressiva

Com as duas pedagogias citadas acima, a partir de agora começa a ficar mais fácil a explicação.

Por exemplo, na pedagogia renovadora progressiva a ordem se inverte: o aluno é o centro das atenções e visto como ser ativo na sala de aula. O professor passa a ser o mediador da teoria.

Dessa maneira, o que se vê é um auxilio e muita motivação para o aluno pesquisar, descobrir e experimentar assuntos novos, para com isso aprender as lições diárias.

4 – A pedagogia da escola nova

É uma tendência pela qual o conhecimento do aluno (inclusive com sua personalidade e caráter) são os principais focos dos professores.

A ideia é a de aperfeiçoar a capacidade psicológica do discente, levando-o a uma realização pessoal.

Na escola nova, a relação entre o professor e o aluno se torna mais efetiva, pois só assim é possível ter uma significação pessoal para ambas as partes.

O objetivo é que o conteúdo seja significativo para o aluno.

5 – A pedagogia tecnicista

É descrita pelo behaviorista Skinner e promove a relação interpessoal entre docente e aluno.

O professor é considerado um agente que passa as informações de forma objetiva e clara para que os alunos absorvam e se preparem para a vida (ou para o mercado de trabalho).

Portanto, essa forma de ensinar tem a ver com a profissionalização dos alunos.

Atualmente, ela está toda centralizada no ensino profissionalizante, que leva o aluno a entrar no mercado de trabalho com uma qualificação necessária e adequada para as suas novas funções profissionais.

As aulas são objetivas e não tem a ver com a tendência da escola nova.

6 – A pedagogia progressista

Ela parte do princípio de que a realidade deve ser mostrada na educação para que o aluno seja mais crítico em relação ao modelo econômico vigente, ou seja, o capitalismo.

Essa é uma tendência atual, que está totalmente baseada em uma finalidade sociopolítica.

7 – A pedagogia libertadora

É como se fosse um “braço” da pedagogia progressista e também é de autoria de Paulo Freire.

Nesse caso, o foco é investir na consciência crítica do aluno para os temas mais importantes e sérios de uma sociedade, especialmente como a política e os problemas sociais da realidade.

Através dessa pedagogia, é possível formar alunos que tenham a capacidade de transformar o meio em que vivem, deixando de ser oprimidos pela sociedade.

Na prática, aluno e professor devem caminhar juntos, sendo que o primeiro apenas coordena as atividades, mas a discussão deve ser efetiva e aberta em uma sala de aula.

8 – A pedagogia libertária

Nesse caso, o aluno pode agir de maneira democrática na sala de aula, buscando o aprendizado (que deve alinhar prática e teoria). Para isso, o professor não deve impor suas ideias.

O contexto cultural é um ponto forte nessa pedagogia e usado para que o aluno se insira em situações cotidianas e consiga compreender o que se deve ser feito.

A ideia central é a de que o aluno aprenda, mas que isso aconteça conforme o se contexto cultural que está inserido em sociedade.

É como se ele incorporasse o que já sabe na sala de aula através da sua vivência cotidiana.

9 – A pedagogia crítico-social dos conteúdos

É considerada a última tendência porque foi configurada nos anos 70 no país.

Ela prega a transmissão de conteúdo por meio de experiências e da realidade do aluno. Logo, ele deve estar preparado para enfrentar as diversidades e combate-la nas salas de aula.

Se estamos falando de conteúdos escolas, então, eles se tornam inevitáveis para adaptar a realidade ao contexto escolar.

Deve haver um relativo consenso em que se deve construir um currículo que vise à constituição do aluno como atuante em sociedade, imerso na sua cultura e no seu contexto de vida.

Relação de poder no ensino tradicional

Esse tópico é muito interessante de ser citado porque costuma cair muito em concursos públicos. E, obviamente, porque seu tema é muito importante de ser analisado.

A questão gira em torna do fato de que o ensino tradicional, ainda que seja considerado liberal, faz com que a relação entre aluno e professor seja vertical, ao passo que uns são considerados mais fortes (e sábios).

Com o tempo, essa relação tem se tornado cada vez mais flexível devido aos conflitos modernos da nossa cultura.

Para Focault, quando há disciplina, há saber. Logo, ainda que se tenha essa verticalização para que discentes sejam moldados, é possível averiguar uma qualidade no ensino.

Ao mesmo tempo, a hierarquização da escola é considerada sim uma forma de poder.

E isso se explica com exemplos: uma prova tradicional é marcada em dia e horário certo, com conteúdos dados em sala, mostrando um modo eficaz de controlar e dividir os alunos (entre os bons e os ruins).

Os teóricos mais conhecidos da educação mostram uma ineficiência dessa forma de ensinar, especialmente dos exames, considerando que cada aluno é um individuo único, que tem suas particularidades; e, portanto, o conhecimento não deve ser feito com algumas questões.

O fato é que esse ainda é o meio de alfabetização mais usado no Brasil, até mesmo no ensino superior, universidades, faculdades.

Reprodução: Google

Dicas finais para ser aprovado em concursos de magistério

Como todo concurso público, são vários os motivos que levam uma pessoa a passar nas provas ou não.

O importante é entender que nem sempre o mais inteligente é o que passa – isso porque além da questão intelectual, também são importantes o psicológico e o emocional.

Abaixo, fizemos um apanhado do que é imprescindível considerar antes de prestar uma prova para o magistério público.

Leve em conta que são itens que não tem a ver apenas com a sua teoria ou a pedagogia, mas também com a forma com que você encara esse objetivo de vida.

O concurso púbico é só um passo

As pessoas costumam pensar que o concurso público é um troféu, que fica lá no cume da montanha. Mas não é. A ideia é a de que o concurso é apenas um degrau da escada que leva até lá.

Depois que passar no concurso é que vai começar o trabalho – afinal, você será um professor público e terá muita importância para a educação de milhares de pessoas.

Entenda que passar em um concurso é sim difícil, mas isso não quer dizer que será o último passo.

O ideal, portanto, é sempre estudar com motivação, com coragem e ter um objetivo nisso. Se você quer mesmo passar e achar que isso vai mudar a sua vida, faça acontecer.

É muito comum que os concursos mudam a vida das pessoas, afinal, o salário é bom, assim como a estabilidade e os benefícios. Portanto, ele pode sim mudar a sua vida também.

Considere como o primeiro degrau, e leve em conta que toda escada tem um primeiro degrau. 2018 pode ser o ano da sua mudança de vida – estude!

A importância do edital

Acima já falamos um pouco sobre a importância do edital, é verdade.

Mas agora o nosso foco é outro: não deixe para estudar apenas quando sair o edital.

Se você sabe que em todo concurso para magistério vai ser cobrado os conhecimentos pedagógicos, então, comece a estudar desde já!

Qualquer pessoa experiente na área sabe que os editais são lançados, na média, 45 dias antes da data da prova. E todos concordam que esse tempo é muito curto para estudar toda matéria que foi relacionada.

Ao mesmo tempo, você não tem a obrigação de fazer um cursinho preparatório.

O ideal é que se adapte a uma nova rotina de estudos e como você vai fazer isso é que é o grande segredo. Pode ser estudando em casa, de noite, no cursinho… Como for, desde que isso seja saudável para a sua vida.

Ah, outra dica importante: além das pedagogias que citamos aqui, nesses concursos sempre caem temas como legislação pública, português e temas específicos a sua área de formação. Portanto, não há motivos para você não começar a estudar hoje.

A análise da banca examinadora

Essa é outra dica importantíssima para qualquer concurso público: estudar a banca examinadora é fundamental para você conhecer o tipo de prova que vai ter pela frente.

Apenas para você ter uma ideia, saiba que a CESPE, uma das bancas mais temidas do Brasil, tem um sistema totalmente diferente: onde cada acerto vale 1 ponto e cada erro vale 1 ponto negativo.

Logo, é diferente da maioria dos casos, onde o erro não representa pontuação negativa.

O ideal é você estar preparado para o tipo de prova que vai encontrar.

Além disso, há macetes como as pegadinhas, o tipo de questionamento, enunciados, textos para base… Uma lista de informações que você pode ter ao estudar a banca.

E como estudar a banca?

Oras, fazendo provas antigas publicadas por elas.

Se você vai prestar o concurso público para magistério em São Paulo, então, pegue a última prova, que foi em 2016, e faça como simulado, como teste, como maneira de aprender mais.

Inconscientemente você já estará conhecendo a banca.

Aprenda e use técnicas de memorização

Nos dias atuais, a ciência fala em duas memórias – curto e longo prazo.

  • A de curto prazo armazena apenas 7 itens (números, nomes) e isso dura segundos.
  • A de longo prazo mantém assuntos de destaque ou dados que precisamos lembrar.

“Recordamos com mais facilidade algo que associamos a um contexto ou que tenha importância emocional”, afirma o psicólogo Orlando Bueno, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

A memória parece uma habilidade infalível, só que quando nos lembramos de algo nunca reconstruímos a cena com fidelidade.

“O cérebro guarda apenas fragmentos do que aconteceu e, na hora de montar o quebra-cabeça das lembranças, contam as emoções e a maneira como a pessoa percebeu o fato ocorrido. Quem tem memória é o computador. O que nós temos é uma vaga lembrança”.

Concluiu o pensamento acima o neurofisiologista Luiz Eugênio Mello, da Unifesp.

Bônus – técnicas de memorização simples e eficientes para aprender hoje

Mas, entenda uma coisa: quando você for estudar precisará do básico (que é um ambiente correto) e ter um planejamento. No mínimo, você tem que saber as datas de quando vão acontecer as provas, certo?

Você precisa saber quanto tempo você tem para o dia do jogo!

Então, vamos as dicas!

Resumos e auto explicação

A primeira dica é fazer um resumo e uma explicação!

Como assim?

Se você está em uma aula de aula e está lendo, só assistiu a aula e não prestou a atenção, então, seu estudo não está sendo eficiente!

Praticamente vai valer o velho e bom ditado que diz que o conteúdo vai “entrar em um ouvido e sair pelo outro”.

O ideal é que você preste atenção na aula – e por menos que você acredite, isso é uma baita de uma técnica de memorização por que tem a ver, posteriormente, com a auto explicação!

Essa prática é fácil: você deve tomar nota do que está acontecendo na sala e durante a explicação dos professores ou colegas.

Outra dica é não é para tomar nota no sentindo literal (porque tem gente que copia a frase de algum livro e coloca no caderno).

Simplesmente copiar o que o professor está falando e repetir não é o correto porque assim você não vai trabalhar a sua mente!

A ideia é fazer a captura da informação, processar a informação e depois transferir ela para um papel. Dessa forma, você vai trabalhar sua mente para armazenar a informação.

Não sabe a diferença entre revisão, resumo, resenha e fichamento? Leia este artigo agora mesmo.

Simulado e resolução de questões

A segunda dica é você resolver questões ao fazer simulados!

Uma vez que você captou informação, você resumiu ela. Quando você vai fazer questões de simulados, vai ser mais uma forma do conteúdo bater ali de novo na sua cabeça e mais uma forma de manter ele fresco.

Essa é uma das melhores técnicas de memorização que existem no mundo.

Pequenas Pausas: Também São Importantes

Não é porque você está estudando sozinho que não terá a sua “hora do recreio”. Pausar o estudo é importante para que o processo de memorização e entendimento da disciplina seja positivo. Isso ajuda na assimilação de matérias.

Ainda que o aluno tenha planejado um intensivo plano de estudos, todos os especialistas concordam em dizer que durante uma semana, o aluno tem que ter, no mínimo, 1 dia inteiro para descanso.

Nesse dia de descanso, recomenda-se praticar atividades de lazer e cultura, que envolve atividades físicas ou mesmo filmes e livros, além de jogos e brincadeiras.

Mas, para a maioria das pessoas, ficar com a família vendo TV seria um bom descanso e tudo vai depender de como você lida com os seus pensamentos.

A ideia é, literalmente, descansar a cabeça, sem perder a motivação dos estudos. Isso que é importante.

Ir nadar em uma cachoeira, por exemplo, seria um dos melhores descansos porque traz a ideia de renovar a alma, de esfriar a cabeça e de nunca deixar o estudante desistir dos seus sonhos.

Acrônimos

Aqueles conteúdos que você tem que realmente memorizar e não tem como fugir, como por exemplo, os princípios constitucionais no âmbito administrativos podem ser facilitados com o uso de acrônimos.

Não sabe fazer isso? Veja o exemplo abaixo:

  • Legalidade
  • Impessoalidade
  • Moralidade
  • Publicidade
  • Eficiência

Observação: a palavra LIMPE fará você se lembrar da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência… Que são os princípios a serem estudados.

Essas primeiras três dicas é muito simples, mas elas realmente funcionam.

Memorização por repetição

Mas, presta atenção!

Não estamos falando daquela repetição do tipo decoreba, do tipo repetindo, repetindo e repetindo no mesmo momento até aquele entrando na sua cabeça e esquecer porque isso não funciona, não vai acontecer como deveria.

O que a gente tem que fazer é uma reflexão ao longo dos dias com as datas certas!

Funciona mais ou menos assim: imagine que durante a semana você tem 4 horas por dia para estudar, você tirar 4 horas para estudar só uma matéria e você ficar vendo e revendo essa matéria, aí depois você nunca mais vai ver ela.

Se você fizer isso, provavelmente, vai esquecer o que estudou.

O ideal é que você separe algum dos dias, um intervalo de tempo, para o conteúdo que vai estudar!

Por exemplo: é muito mais vantajoso se estudasse o conteúdo hoje, rever amanhã e depois rever daqui uma semana e aí você passa uma hora no primeiro dia, uma hora no segundo dia, uma hora no terceiro dia.

É muito mais vantajoso do que você fizer 3 horas seguidas ou 4 horas seguidas de uma matéria.

Imagina que você pegue um conteúdo que estudou hoje, você fez o seu resumo, no próximo dia você tira de 15 a 20 minutos para você fazer uma revisão, daí você faz uma revisão rápida. E, com a revisão você vai ter os pontos importantes e vai lembrar melhor.

Depois de 7 dias você faz outra revisão, revisão mais rápida ainda porque o conteúdo já vai estar fugindo da sua cabeça, quando você vê de novo e vai te ajudar que o conteúdo guardado na sua memória de longo prazo.

E é o que você faz depois? Daqui a 7 dias você revisa de novo, mas uma revisão rápida, depois de 30 dias você faz mais uma revisão ainda mais ágil.

E ai a mesma coisa uma revisão rápida de dez minutos, isso vai ajudar que o conteúdo fique sempre na sua memória.

Dica importante: sempre faça simulados e resolva questões – pelo menos uma vez ao mês, isso vai manter o conteúdo sempre vivo em sua memória.

Com informações do concursosnobrasil

ANÚNCIO