Como Aprender com mais Facilidade?

Aprender mais facilmente tem a ver com a nossa memória, conforme o neurocientista Mariano Sigman. Isso ajuda a tomar decisões melhores, por exemplo. O segredo para conseguir isso está publicado no livro A Vida Secreta da Mente, do especialista.

O guia foi criado para que os leitores possam entender os bastidores do que acontece nas profundezas do nosso cérebro.

A obra prima tem 20 anos de pesquisa científica nas áreas de física, educação, psicologia, linguística e neurociência. Os temas são polêmicos e complexos, como o bilinguismo no desenvolvimento cognitivo das crianças.

Sigman tem formação em física na Universidade de Buenos Aires e fez especialização na Universidade Rockfeller e em Paris. Ele também é um dos diretores do Human Brain Project, que é focada no estudo do cérebro humano.

Em entrevista cedida para a SuperInteressante, ele disse sobre como aprender com facilidade.

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O cérebro como máquina que constrói realidades

Sigman afirma que o cérebro humano se constrói a partir de conexões, aprendizagens, relações e experiências.

“Poucas dessas variáveis são conscientes e isso está sempre mudando e moldando o que somos. Muitas das coisas que temos medo ou desejo são resultados de como o cérebro processa o mundo e as experiências, de maneira inconsciente”.

Assim, todo o pensamento humano é apenas a ponta do iceberg que é o consciente.

Por que agimos de forma tão diferente

Ele explica que nossos cérebros não são exatamente iguais. Da mesma forma que uma pessoa é alta e outra é baixa, o cérebro também tem variações de pessoa para pessoa e isso resulta em diferentes predisposições.

Logo, as personalidades são distintas.

“O que somos e as decisões que tomamos são uma mistura entre um pacote de genes e um cérebro em constante mudança pelas nossas experiências. Cada conversa, cada abraço muda nosso cérebro e nos torna particular”.

Como formar memórias menos dolorosas

O especialista diz que a memória é como um arquivo de computador que está se auto editando a todo momento e gravando sempre uma versão mais nova.

Quando temos uma nova memória, ela se associa à outra coisa e muda. “Se você come uma comida que te fez mal, vai associá-la ao mal-estar”.

Sigman diz que a memória é ampla, não vai ser apenas a comida, mas também o lugar, a roupa, as pessoas que estão perto nessa situação. Todos esses elementos estarão relacionados ao desconforto.

“Parte da técnica para ‘editar’ é cortar pouco a pouco essa rede de conexões paralelas para não ativarem a memória dolorosa”.

A facilidade em aprender e a idade

Para Sigman, a diferença entre aprender enquanto se é criança e depois de adulto é a motivação, assim, se uma criança começa a falar um idioma, ela aprende porque sem isso não se comunica, não se relaciona com as outras pessoas.

“No geral, um adulto aprende por que precisa para o trabalho, para sustentar a casa, mas ele tem outras responsabilidades e acaba postergando. Quando alguém se dedica com afinco aos estudos, a diferença no processo de aprendizado não é tão grande”.

A neurociência e a forma que aprendemos

“A maioria das coisas depende do treinamento. Para aprender xadrez, por exemplo, não basta jogar partidas atrás de partida. Tem que sentar e estudar os movimentos que não entende, estudar e continuar jogando”.

Essa é a afirma do especialista ao comentar a neurociência no aprendizado das pessoas. Ele diz que temos o hábito de pensar que é fazendo que se aprende, mas, na verdade, a história não é bem assim.

O segredo é acessar repetidamente áreas mais profundas da mente”.

Praticar é bom, mas isso só vai valer a pena quando tem muito trabalho antes – “ler, andar de bicicleta, tocar instrumentos, essas coisas que fazemos com facilidade, nós precisamos de muito esforço para se tornarem fáceis”.

A repetição e o aprendizado – o que tem em comum

O autor do livro diz que existem conceitos modernos que falam que o aprendizado tem que ser lúdico e sem esforço o tempo todo – “não é possível aprender sem esforço”.

Sigman cita os esportistas, músicos e bailarinos que sabem que para fazer tudo ludicamente precisam se esforçar muito e se aperfeiçoar –“abandonar a noção de esforço e repetição nas escolas é muito preocupante”.

O Treino do Cérebro

A neurociência é uma forma de entender o processo de tomada de decisões, diz Sigman.

“Nossas escolhas e decisões não costumam ser apenas racionais. São mecanismos que mudam com a força de vontade. Assim como outros processos mentais. E existem várias técnicas para isso”, garante.

Resultados Imediatos

Walter Mischel é um pesquisador dos anos 1970 e criou o teste do Marshmallow, onde crianças se sentavam na frente de uma mesa com um marshmallow e ganhariam outro doce se esperassem ao menos 15 minutos para comer o primeiro alimento.

Na 1ª edição, de 1968, a minoria das crianças comiam o doce antes do tempo, apenas 1/3 delas conseguiam chegar ao objetivo final.

O resultado da pesquisa mostrou que a paciência para aguardar recompensas maiores é associada com melhores notas, índices de massa corporal e escolhas de vida no futuro.

Mais tarde, novas pesquisas foram feitas. A nova resposta pareceu ser melhor – mesmo as crianças menos pacientes ainda não são melhores em esperar do que seus pais ou irmãos mais velhos.

Para os novos pesquisadores, isso é um problema intrínseco da memória humana.

A Memorização e a Aprendizagem

Entre as melhores dicas sobre estudar para concursos públicos ou Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) estão as técnicas de memorização.

“É importante fazer um estudo equivalente ao peso. Se o estudante for escolher um curso que tem um peso maior para as matérias de exatas, ele deve estudar mais matemática, física, química e biologia. Se as provas de humanas têm um peso maior, então, tem que ser priorizada”.

A afirmação é de Jean Carlos, professor de redação do Galt Pré-Vestibulares.

Ele recomenda que os alunos procurem encontrar técnicas que auxiliam na memorização de conteúdos, sendo que a memória não é fixa e tende a apagar aquilo que não é importante, diz.

Uma estratégia, conforme o professor, é fazer anotações em cartões de flashback, cadernos, locais estratégicos… Abaixo vamos falar um pouco mais sobre memorização.

Reprodução: Google

Técnicas para Memorizar Conteúdos

Comprovadamente, existem técnicas que podem aperfeiçoar a memória humana e torna-la tão boa quanto à de um campeão de memorização, como Renato Alves.

A afirmação é da revista científica Neuron – “existem métodos que quando praticados constantemente pode trazer ótimos resultados neurológicos”.

A arte e a ciência de memorizar tudo é um livro escrito pelo jornalista americano Joshua Foer. Ele decidiu exercitar a sua memória através de uma técnica muito conhecida: palácio da memória, que consiste em visualizar um local que se conhece e colocar uma imagem visual nele.

Foi dessa forma que, em 2006, Foer foi o campeão de memória nos Estados Unidos em um campeonato de memorização.

Antes dele, aqui no Brasil, Renato Alves também levou um troféu para casa, ao se tornar o 1º brasileiro campeão da memória no Guiness Book Nacional. Renato também usou algumas técnicas para conseguir memorizar números e frases.

Atualmente, Renato se dedica a palestrar e escrever livros sobre o estudo da memória. Por exemplo, será que as técnicas de memorização devem ser usadas apenas para vencer campeonatos e rankings? E se elas forem usadas para te ajudar a passar em um concurso público ou no vestibular?

A memorização não é o mesmo que decorar um conteúdo. Na memorização, cria-se técnicas que vão te ajudar a lembrar de algum indicio de um assunto, no qual, a partir dele, você vai pode lembrar todo o contexto.

Se você quer saber um pouco mais sobre as técnicas de memorização e quer entender como elas podem te ajudar a ir bem a qualquer prova, conheça a figura pública do Renato Alves. Ela é uma pessoa que tem ensinamentos didáticos e acessíveis. Leia uma breve biografia.

“A aprendizagem está ligada à aquisição de novos conhecimentos, já a memória fica responsável pela retenção e recuperação desses conhecimentos aprendidos”, garantiu o neurologista José Augusto Lemos.

“Para obter sucesso quando se estuda é necessário transformar todo o conteúdo em memória, para isso, existem técnicas que podem ajudar nesse objetivo”.

Confira as dicas abaixo!

Compartilhar Informações

Um dos métodos mais famosos e aconselháveis de conseguir memorizar conteúdos é compartilhando informações. Como? Ensinando e tirando dúvidas de outras pessoas.

Quanto mais você conversa e entende as dificuldades de outros alunos, mais você consegue visualizar as questões, os temas, as áreas e isso é importante para fixar normas, cálculos e todas as outras informações.

Criar Tópicos

Gastar blocos e blocos de tempos em tempos para anotar mais coisas e mais assuntos é um das habilidades das pessoas que estão focadas em memorizar conteúdos descritos em editais.

Para os especialistas, isso ajuda o estudante a aprender sobre uma maior variedade de assuntos ao invés de concentrar todo período de estudo em um único tópico.

Para o cérebro, isto é ótimo porque faz com que ele trabalhe de forma mais intensa, reforçando a memória.

Fontes de Caracteres Diferentes

É isso mesmo – está comprovado pelas pesquisas cientificas – fontes diferentes também podem aprimorar a capacidade de memorização porque as tipografias complicadas (ou diferentes) exigem maior atenção do leitor.

Quanto mais atenção, maior o grau de precisão e concentração. O esforço é capaz de facilitar o armazenamento das informações lidas.

“Este tipo de técnica ajuda também nas associações. Uma tipografia diferente auxilia o cérebro na hora de relembrar o assunto que foi estudado”.

Apostar em Resumos

Uma das estratégias mais simples é fazer resumo e isso é considerado uma “chatice” por muitos candidatos já que no ensino médio os professores pediam tais tarefas.

Mas, acredite! Para a memória, fazer resumos é ótimo.

Pode até parecer simples, porém, a técnica funciona como espécie de um treino para a memória – “quando transcreve o que foi compreendido, o estudante aumenta sua capacidade de armazenar informações”.

Os resumos também são estimulantes “naturais” para a síntese e a interpretação de texto. Fica a Dica!

Cuidado com a Alimentação

A alimentação é uma “parceira” para uma mente ativa.

O que você come, sim, faz toda a diferença.

E isso não tem a ver apenas com a saúde física ou o processo de envelhecimento, mas também com a memória e o cérebro.

O lado bom é que a recomendação é a mesma para todos os benefícios – peixes, sementes, uvas e chocolates em pequenas quantidades podem melhorar também os neurônios e suas mensagens neuróticas.

“As substâncias encontradas nestes alimentos, de forma generalizada, são responsáveis por agir no Sistema Nervoso Central, promovendo estímulos no cérebro e melhorando a capacidade de armazenar informações na memória”.

Postura para Estudar

Sim, estamos falando em postura corporal – isso tem tudo a ver com a memória porque atua na capacidade de concentração – portanto, os ombros curvados trazem a sensação de desconforto e isso proporciona lembranças ruins.

O correto, conforme especialistas da área da saúde, é que o estudante fique sentado com a coluna ereta encostada na cadeira ou fique de pé, com a cabeça ereta. Nada de se deitar para estudar, entendeu?

A Devida Importância da Atividade Física

Tem a ver com a postura, mas as atividades físicas são um caso a parte que precisam ser lembradas sempre. Essa é uma técnica de memorização que pode aprimorar a capacidade de armazenamento de informações na memória.

Os esportes, de forma geral, dão energia para a musculatura, mantendo o cérebro ativo, aumentando o fluxo sanguíneo do corpo em até 40%.

A Noite de Sono

Ter o sono profundo logo após estudar incentiva o crescimento de conexões entre as células cerebrais. Logo, a ação fortalece as informações na região, o que é um ponto positivo para a memorização.

Ler e Ouvir

É preciso, mas não é suficiente! A melhor maneira de aprender é discutindo o assunto, seja em grupo, com o professor ou em casa. Mesmo que esteja sozinho, concentra e converse consigo mesmo, faça perguntas difíceis, faça reflexões, por fim, tente explicar o tema que você acabou de ver.

Ler e ouvir alguém falando é muito mais suscetível à distração e interrupções do que quando você mesmo faz isso!

Foco

Quando gostamos do assunto ou, no mínimo, temos interesse nele, a memorização fica mais fácil. É óbvio! Então, claro que você não tem que gostar de tudo que estuda, mas saiba diferenciar aquilo que gosta do que não gosta e otimize seu tempo.

Tente sempre achar um enfoque prazeroso, mesmo nas áreas mais difíceis, apele para o seu gosto pessoal.

Concentração

Como visto na maioria dos aplicativos acima, a Concentração é fundamental para o treino da memória e não só, afinal, na hora do estudo, qualquer coisa pode, mesmo que parece insignificante, pode tirar a sua atenção.

Então, a concentração tem que ser trabalhada. Para isso, deixe o celular longo, nesse momento. Fique no seu local de estudo e foque no objetivo!

“O estresse e a ansiedade podem interferir na concentração, por isso é importante encontrar tempo para alguma atividade de relaxamento”.

Conexão

Conecte tudo! A matemática com a biologia, o inglês com o português, a atualidade com o Direito, a informática e tudo! A conexão entre o que você já sabe o que você está aprendendo é a melhor forma de fixar informações.

O mesmo vale para novas palavras, seja na aula de idiomas ou de legislação: tente sempre linkar esse termo com algum objeto ou som, o que vai te ajudar na memorização.

Reflita

Não é bem um resumo e nem uma revisão, é, de fato, uma reflexão. Note o que você aprendeu, veja aonde será possível usar e busca o entendimento até que faça sentido. Além do tempo de descanso, já dito acima, é preciso também ter esse tempo para reflexão.

Escreva

Escrever à mão ajuda no desenvolvimento do cérebro e da memorização, afirmam os estudiosos. Conforme artigo do “The Journal of Learning Disabilities”, pessoas que escrevem à mão tem melhores lembranças da frase do que pessoas que apenas digitam.

A explicação é que a escrita manual cobra mais esforço e concentração do cérebro, o que facilita o processo de aprendizagem.

Experiência Marcante

Essa é uma dica de ouro porque pouquíssimas pessoas sabem! E o resultado é, também, de uma pesquisa, só que publicado na revista Nature, que mostrou que acontecimentos interessantes (marcantes) podem desencadear a liberação de dopamina, então, esse é o melhor momento para estudar.

O resultado é que “Estudar após viver uma experiência marcante ajuda na memorização”.

A Tecnologia ajuda ou atrapalha a memorização

Os tablets e os smartphones possuem aplicativos de jogos e gráficos que podem ser positivos para o processo de raciocínio lógico e memorização – no entanto, as distrações das redes sociais podem tornar inviáveis essas tecnologias.

O ideal, portanto, é usar tais apps de forma correta e sem que isso se torne um vício.

Jogos que vão muito além da memorização

“É desafiador para um leigo percorrer as centenas de artigos científicos e descobrir quais programas de treinamento para o cérebro são baseados em evidências e quais são realmente eficazes naquilo que se propõe”, diz Henry Mahncke, da Posit Science.

Ele e outros cientistas se reuniram para avaliar os estudos dos treinamentos para o cérebro e definir os preceitos científicos.

Para eles, para dar certo, um programa tem que ter a neuroplasticidade – ou seja, precisam ser baseados em melhorar a velocidade e a precisão de processamento de informações.

“Você vê uma imagem no centro da sua visão e, ao mesmo tempo, você vê outra imagem no seu campo de visão periférica. As duas estão visíveis na tela por um curto período de tempo. Então, você precisa afirmar o que viu no centro e depois no campo periférico”, ele explica.

“E, à medida que você fica mais rápido e mais preciso, a velocidade aumenta e a tarefa da visão periférica é mais exigente – isso força o seu cérebro a ir além”, ele garante.

Estes testes, para o cientista, adapta seu cérebro ao que é conhecido como neuroplasticidade.

“O objetivo principal é resolver as coisas. Para isso, ele está constantemente se movendo de uma perspectiva particular para a perspectiva geral. Fica indo e voltando”, conta.

“Nós sabemos que os cérebro ganha mais plasticidade quando substância químicas do cérebro são ativadas, então o design desses exercícios e jogos também incorporam demandas de atenção, novidades e recompensas para ativar a liberação dessas substâncias”, complementa.

Reprodução: Google

O Significado para Garantir a Aprendizagem

A memória tem limitações de capacidade, isso é sabido. Obviamente, se nosso cérebro começasse a julgar todas as informações importantes, ele ficaria sobrecarregado que não seríamos capazes de tomar decisões essenciais para a nossa sobrevivência.

O filtro é essencial, importante e selecionado por estímulos sensoriais, que recebemos e armazenamos os mais significativos pertinentes.

A forma mais prática de fazer a informação se tornar significativa é associando um novo conceito a ela – como um conceito familiar. O aluno pode fazer isso através de analogias e metáforas, por exemplo.

A aprendizagem tem a ver com a relação de uma informação com as experiências anteriores, aumentando as conexões neuronais e a retenção do conteúdo.

Existem algumas técnicas para nunca se esquecer de nada, que são feitas com técnicas para treino da memória. Uma delas é relacionar o que você quer lembrar com algum lugar. Outra é agrupar informações importantes em uma sequencia temporal, com começo, meio e fim.

“A memória é como uma caderneta de poupança, ou seja, se você quiser ter um bom capital no final da sua vida, tem que poupar desde cedo. Portanto, para ter uma boa memória na velhice é preciso se preocupar desde cedo”, garante Mauro Oliveira.

“Concentre-se no que realmente é importante. Não permita que outro pensamento ocupe sua mente enquanto você estiver realizando uma tarefa. As pessoas antenadas tem mais facilidade de guardar os fatos importantes apenas se estiverem atentas à tal tarefa”, reflete.

Confira algumas dicas do especialista Mauro Oliveira para nunca se esquecer das coisas.

Atenção

“Preste atenção às informações que recebe. Caso contrário, os mecanismos naturais de fixação não vão funcionar”,

Atividades

“Pratique atividades que exijam concentração e raciocínio. Ao ler, por exemplo, você trabalha os sistemas visual e verbal. Isso significa que um bom livro pode ajudar a se recordar não só de tudo que ouve, como tudo que vê”,

Lógica

“Tente manter a lógica em suas tarefas diárias, procurando organizá-las de acordo com critérios de prioridade. E lembre-se: nem tudo deve ser prioridade em seu dia a dia”,

Estresse

“Reduza o Estresse com técnicas de relaxamento e exercícios físicos regulares. Caminhadas diárias retardam o envelhecimento do cérebro, pois liberam endorfina”,

Agenda

“Anote e abuse da agenda. Assim, você pode arquivar números, datas e compromissos diários sem ter que desperdiçar espaço no seu computador cerebral”.

Com informações da super

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