15 dicas para aprender mais fácil em 2018

Aprender mais facilmente tem a ver com a nossa memória, conforme o neurocientista Mariano Sigman. Isso ajuda a tomar decisões melhores, por exemplo.

O segredo para conseguir isso está publicado no livro A Vida Secreta da Mente, do especialista.

O guia foi criado para que os leitores possam entender os bastidores do que acontece nas profundezas do nosso cérebro.

A obra prima tem 20 anos de pesquisa científica nas áreas de física, educação, psicologia, linguística e neurociência. Os temas são polêmicos e complexos, como o bilinguismo no desenvolvimento cognitivo das crianças.

Sigman tem formação em física na Universidade de Buenos Aires e fez especialização na Universidade Rockfeller e em Paris. Ele também é um dos diretores do Human Brain Project, que é focada no estudo do cérebro humano.

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Em entrevista cedida para a SuperInteressante, ele disse sobre como aprender com facilidade.

Sigman afirma que o cérebro humano se constrói a partir de conexões, aprendizagens, relações e experiências.

“Poucas dessas variáveis são conscientes e isso está sempre mudando e moldando o que somos. Muitas das coisas que temos medo ou desejo são resultados de como o cérebro processa o mundo e as experiências, de maneira inconsciente”.

Assim, todo o pensamento humano é apenas a ponta do iceberg que é o consciente.

A neurociência e a forma que aprendemos

“A maioria das coisas depende do treinamento. Para aprender xadrez, por exemplo, não basta jogar partidas atrás de partida. Tem que sentar e estudar os movimentos que não entende, estudar e continuar jogando”.

Essa é a afirma do especialista ao comentar a neurociência no aprendizado das pessoas. Ele diz que temos o hábito de pensar que é fazendo que se aprende, mas, na verdade, a história não é bem assim.

O segredo é acessar repetidamente áreas mais profundas da mente”.

Praticar é bom, mas isso só vai valer a pena quando tem muito trabalho antes – “ler, andar de bicicleta, tocar instrumentos, essas coisas que fazemos com facilidade, nós precisamos de muito esforço para se tornarem fáceis”.

Walter Mischel é um pesquisador dos anos 1970 e criou o teste do Marshmallow, onde crianças se sentavam na frente de uma mesa com um marshmallow e ganhariam outro doce se esperassem ao menos 15 minutos para comer o primeiro alimento.

Na 1ª edição, de 1968, a minoria das crianças comiam o doce antes do tempo, apenas 1/3 delas conseguiam chegar ao objetivo final.

O resultado da pesquisa mostrou que a paciência para aguardar recompensas maiores é associada com melhores notas, índices de massa corporal e escolhas de vida no futuro.

Mais tarde, novas pesquisas foram feitas. A nova resposta pareceu ser melhor – mesmo as crianças menos pacientes ainda não são melhores em esperar do que seus pais ou irmãos mais velhos.

Para os novos pesquisadores, isso é um problema intrínseco da memória humana.

15 dicas para aprender mais fácil em 2018

Confira agora algumas dicas para aprender mais fácil em 2018 – todas levam em conta o poder de memorizar conteúdos, conforme pesquisas sobre o cérebro humano.

1 – Ensine as outras pessoas com o que você já sabe

Esse talvez seja o jeito mais fácil de aprender algo. Aliás, você já aprendeu que ensina aprende mais, não é? E é basicamente isso mesmo.

O fato é que as pessoas ainda sentem vergonha (ou egoísmo) e se recusam a ensinar outras pessoas, só que nesses casos o hábito é tão poderoso que elas fariam isso se soubessem o quanto poderiam aprender com essa simples prática.

A ideia é a de que colocar em prática aquilo que você sabe é ótimo para te ajudar a memorizar conteúdos.

Se você é uma daquelas pessoas que acham que ensinar o concorrente pode te fazer perder uma vaga no concurso, saiba que quem ensina, nesses casos, pode aprender mais do que quem de fato aprende.

Porém, tome cuidado: você não tem que ser aquela pessoa chata que acha que sabe de tudo e quer sempre falar algo. Tem um momento certo para isso.

A dica é fazer mini aulas. E, além do mais, você pode até mesmo ensinar algo novo ao seu cachorro – ainda que ele não vá entender tudo, você ganha porque verbaliza e raciocina melhor o que já sabe.

Escolha um tema (preferencialmente aquele que você tem dificuldade) e prepare mini aulas sobre ele – isso vai te ajudar a organizar as ideias e memorizar as informações. O que é ótimo para quem tem uma prova difícil pela frente.

Ah, um segredo: uma boa aula é aquele que os outros aprendem e não precisa ser, necessariamente, a melhor aula do mundo.

2 – Ponha em prática o que você já aprendeu

Essa é outra dica e um complemento do tópico anterior – fazer atividades sobre o que você aprende é essencialmente importante para que seu cérebro faça a fixação dos conteúdos.

E aqui vale uma observação muito interessante: tem pessoas que estudam mais de 10 horas por dia, mas não conseguem ir bem às provas.

Normalmente, o motivo é a forma como estão estudando: se você não faz exercícios, o estudo pode ser em vão no longo prazo.

Se estudar mais afundo o cérebro, será possível notar que ele aprende aquilo que é útil, de serventia, para alguma coisa. E a melhor maneira de fazer isso é respondendo a questões e provas antigas.

Quando estudamos através de alguma pergunta, o nosso cérebro se concentra totalmente naquilo que precisa ser respondido. E essa concentração é que é a grande sacada para aprender mais e de forma simples.

Uma sugestão é deixar vários cadernos de perguntas ou provas guardados e conforme for estudando os temas, vai respondendo as essas questões. Isso ajuda a memória a ficar fortalecida.

Além do mais, é uma ótima maneira de mensurar a sua resultados… Será que está acertando demais ou de menos? Dependendo da resposta, você adapta seu plano de estudos!

3 – Estudar em grupo é uma boa indicação

Se por um lado você precisa de outras pessoas para ensinar e aprender (não é uma obrigação, mas uma facilidade), da mesma forma é ideal fazer trabalhos e ter conversas em grupo – mesmo que você opte por estudar sozinho.

Na atualidade, existem muitos relatos de pessoas que estudam a semana toda sozinhos e sai no final de semana para trocar experiência. Isso é fundamental por vários fatores: primeiro que você cria uma vida social de qualidade e depois que você aprende.

Isso torna o aprendizado mais fácil e mais dinâmico.

Lembre-se que esses grupos devem ser para estudo e agregar valor ao seu estudo.

4 – Saiba que é o seu horário mais produtivo para os estudos

O estudo é um hábito totalmente particular de cada ser humano. Isso tem a ver com questões pessoais, familiares, profissionais, culturais, entre outros.

Outro segredo é descobrir em qual horário você produz mais e com mais facilidade. Será que é a noite ou pela manhã?

É claro que nem todas as pessoas vão ter esse privilégio de poder escolher o horário do dia para estudar. E, para esses casos, o melhor é se adaptar a um novo hábito de estudos, a partir de uma rotina que seja produtiva.

Para descobrir o seu horário mais produtivo, o ideal é fazer isso em vários horários e dias diferentes. Você vai precisar aprender na prática – e preste atenção na concentração, no foco, na dispersão, no poder de memorização.

É essa soma de fatores que vai dizer qual a seu melhor horário.

5 – Crie metas e objetivos de estudos para vários prazos

Tem uma frase que usamos muito aqui no blog e diz que “para quem não sabe onde ir, qualquer caminho serve”. É do livro “Alice no País das Maravilhas” e tem muito a ver com quem está estudando para algum propósito.

Propósito… Talvez essa seja a palavra de ordem.

Ter objetivos vai te ajudar a ter uma meta e um guia para onde e por aonde ir. Isso faz muita diferença para que está estudando e precisa encontrar forças e motivação para aprender algo novo todos os dias.

Um estudante que se esquece de determinar seu objetivo acaba se tornando um aprendiz ineficaz.

E, aliás, já falamos que o cérebro precisa entender que a informação é útil para que ela seja memorizada, não é? Então, para que ele vai consumir energia se não terá recompensas por isso?

Se você tem uma meta, o cérebro entende perfeitamente isso. Ele assimila e compreende que estudar é uma forma razoável de aprender e fixar conteúdo. Você tem que trabalhar em conjunto com ele.

Os especialistas ainda recomenda fincar, fixar, desejar e adicionar o seu objetivo em uma folha de papel e colar em um mural ou algum lugar que torna visível com facilidade, como na parede que fica a frente da mesa de estudo.

Essa simples mudança de hábito, de apenas selecionar os seus objetivos, pode trazer bons resultados na hora de estudar e conseguir uma boa nota.

6 – Tenha um bom material de estudos em mãos

Tudo o que estamos falando aqui é importante e esse ponto mais ainda.

Porque se você não “investir” em um bom material de estudo, vai estudar, estudar e estudar e não vai conseguir um bom resultado final.

A ideia de investir não é de gastar dinheiro com esses materiais, mas saber qual é a fonte, a historia de quem escreveu, o método de ensino, a linguagem usada. Tudo isso é importante.

O que adianta ter o melhor professor do mundo se ele estiver ensinando coisas da forma incorreta? Preze pelo conteúdo de qualidade.

Outra dica é usar os vários formatos de aprendizagem: livros, ebooks, apostilas, vídeos, cursos, aulas online, aulas presenciais, grupos de estudos, exercícios, testes, provas anteriores e tudo mais que trazer dinamismo para você.

7 – Escreva muito antes de fazer uma prova

Esse tópico é um que se assemelha ao primeiro (quando falamos em ensinar outras pessoas).

Aqui a ideia é escrever tudo aquilo que você aprendeu. Isso te ajuda a organizar as ideias e a personalizar o seu conteúdo para aprender da melhor forma.

Você pode fazer isso com a ajuda da tecnologia, por exemplo. Ou em uma folha de papel. O mais importante é conseguir se concentrar no que você está fazendo naquele momento.

Judy Willis é uma das defensoras do uso da escrita com lápis e caneta e diz que isso estimula a criatividade e a expressão pessoal do estudante. Portanto, a pesquisa diz que escrever é um bom hábito para facilitar o aprendizado.

Escrever muito, criar mapas mentais, grifar, anotar em livros… Tudo isso são comportamentos praticáveis que podem colaborar com a sua memória e a fixação de conteúdo.

8 – Use técnicas de memorização associativa

Uma das formas de lembrar coisas importantes (como o conteúdo da prova) é usando essas técnicas – e elas são muito fáceis de serem aprendidas.

Vamos listar apenas algumas para você entender.

Acrósticos

É quando formamos palavras que a cada letra inicial podem significar outra coisa.

Na prática, veja: Todo Mundo Sofre Com Pequenas e Grandes Doenças.

Se você usar a inicial de cada palavra na frase, pode chegar as doenças causadas por bactérias, que são: Tétano, Meningite, Sífilis, Cólera, Pneumonia, Gonorreia, Difteria.

Acrônimos

São palavras formas pelas primeiras letras de uma lista.

Por exemplo, na hora de memorizar os ramos do direito para legislar, podemos lembrar da frase CAPACETE DE PM. Sendo que na tradução, lembraremos de:

  • Civil
  • Agrário
  • Penal
  • Aeronáutica
  • Comercial
  • Eleitoral
  • Trabalho
  • Processual
  • Marítimo

Tantos acrósticos quanto acrônimos ou rimas podem parecer complicado, mas são ótimas formas de memorizar conteúdos.

Além disso, há outras opções, como falar em voz alta, repetir fórmulas e por aí vai.

9 – Seja persistente e não desista nunca

O que se sabe é que nem sempre você vai vencer na primeira tentativa – nem mesmo grandes nomes do mundo conseguiram isso.

Portanto, em muitos casos, vence quem é mais determinado a vencer os erros e aprender com eles. Não há diferença entre um aluno que passou agora e outro que passou há dois anos. Ambos têm a mesma efetividade.

A dica é estudar diariamente porque você não vai conseguir estudar tudo de uma única vez, mas é possível que consiga estudar tudo se fizer isso aos poucos.

Esse hábito vai te ajudar a aprender com mais facilidade porque você pode encarar cada assunto como se fosse um degrau de uma escada. E só é possível chegar aos segundo andar quando você sair do primeiro.

Essa ideia é importante para estudar diariamente e aos poucos, sem que o estudo fique muito forçado ou cansativo.

10 – Domine o seu medo

Esse tópico é complementar ao de cima também.

Se você tem medo do que pode cair na prova, de como você vai se sair ou se vai dar certo… Melhor repensar sua ideia de passar no concurso público. Isso só aumenta a sua ansiedade.

Alguns psicólogos afirmam que é possível transformar o seu medo em uma atitude mental negativa, em uma atividade positiva – isso pode elevar o seu potencial em 30% do seu sucesso.

Quando você estiver se sentindo preparado para uma prova, suas chances de conseguir um bom resultado aumentam muito. Isso não vai te permitir pensamentos negativos e seu medo estará dominado.

O sucesso é certo.

11 – Atividades físicas também são importantes para o cérebro

Pequenas caminhadas diárias podem aliviar a tensão do corpo e liberar uma mente criativa e com mais poder de memorização (e também de concentração).

Existe uma ideia “impregnada” na sociedade que mostra a figura de um estudante sendo “gordinho”, que não pratica exercícios físicos e passa o dia todo alternando entre uma comida (geralmente ruim) e os estudos.

Mito!

Isso não tem que ser assim – muito ao contrário: conforme pesquisas, quem pratica exercícios físicos (independente de qual seja) tende a ter mais resultado intelectual também.

Isso tem a ver com uma série de fatores, inclusive, com a liberação de hormônios e a criação de sinapses – coisas de estudiosos da biologia humana.

Ah, e como estamos falando em pesquisas, vale citar uma publicada na British Medical Journal.

Ela mostrou os efeitos benéficos do exercício físico para o cérebro – com apenas 40 minutos de atividade, as pessoas aumentam a concentração e o foco mental.

“Estes resultados fornecem evidências adicionais de que fazendo cerca de 20 minutos de exercício, pouco antes de um teste ou um discurso seu desempenho se torna melhor”, afirmou o psiquiatra de Harvard, Dr. John Ratey.

Partindo desse pressuposto não há indicação melhor do que praticar exercícios periodicamente e cotidianamente.

E você nem precisa ser um atleta profissional para isso, basta 20 minutos diários. O seu desempenho intelectual é melhorado e você aprende mais facilmente.

12 – Tomar banho ajuda no relaxamento e na concentração

Foi coincidência citar esse tópico logo após falarmos da prática de exercícios.

O banho aqui não é sobre isso e sim sobre considera-la para relaxar durante um dia de estudo. Isso faz com que a mente fique mais receptiva a ter ideias e facilitar o aprendizado.

Você já deve ter pensando: “como o banho é revigorante” após passar o dia todo trabalhando e chegar em casa e tomar um belo de um banho, não é?

Com os estudos é assim que funciona também.

Aliás, conforme pesquisas, cada tipo de banho tem seus pontos positivos.

O banho frio por exemplo é estimulante e usado para evitar o desânimo e a desmotivação. Ele deixa sua mente alerta e pronta para o estudo.

Já o banho quente é relaxante e ideal para quem é estressado demais. Se a mente está inquieta, tome um banho quente para voltar a concentração.

Ambos, quente e frio, são opções boas para quem quer aprender com mais facilidade.

A dica deste tópico, assim sendo, é tomar banho antes, durante ou depois do estudo. Tudo vai depender do seu planejamento e do seu dia a dia.

13 – O estresse só atrapalha o estudante

Também acabamos a calhar este tópico com o de cima – porque, verdadeiramente, o estresse não ajuda em nada o estudante e isso pode prejudicar o processo de aprendizado.

Além do estresse, incluem-se aqui outros muitos sentimentos/comportamentos, como a depressão, desmotivação, falta de foco, transtorno de ansiedade.

O cérebro estressado produz cortisol, isto é algo que impede ele de memorizar algum conteúdo. Logo, saiba que estressado será muito difícil memorizar alguma informação.

Percebeu que está estressado? Então, faça alguma atividade física ou tome um banho – ambos já falamos acima. Aliás, até o sono é importante e pode te ajudar nesse momento – vamos falar mais sobre isso depois.

Ah, sobre o banho ainda, vale lembrar que para combater cortisol, ele libera dopamina, que combate o estresse. Está aí um bom combatente para ficar do seu lado nessa luta pelo conhecimento.

E para estresse, evite usar medicamentos químicos. Mas, é aconselhável chás naturais ou sucos, que podem contribuir positivamente sem causar efeitos colaterais.

14 – Saiba o momento certo de pausar e continuar

Também está nas pesquisas: pausar o estudo de tempos em tempos é totalmente aconselhável para tornar o estudo mais produtivo.

A recomendação mais moderna diz que a cada 50 minutos de estudo, deve haver 10 minutos para esticar o corpo, alongar o pescoço, beber água, caminhar brevemente e por aí vai.

15 – Aprenda a criar hábitos

Entenda que um hábito é algo muito interessante de ser estudo, mas não é só isso. Eles têm que ser criados para tudo na vida – e também nos estudos.

A forma mais fácil de estudar é criando hábitos saudáveis para isso e todos os 14 tópicos acima são hábitos que precisam ser criados e cultivados com o tempo.

Eles são maneiras como o cérebro se torna mais eficiente – ele alivia a preocupação de ter que pensar em todas as ações para deixar a mente livre para aprender.

Agora, por fim, para aprender hábitos novos, observe que alguns pontos são importantes:

  • Tenha uma “deixa” para o seu cérebro entender que aquilo terá que ser um hábito,
  • Crie uma rotina que você executa diariamente (mensal, física ou emocionalmente),
  • Ajude o seu cérebro com hábitos de ser memorizado através de recompensas.

“O hábito torna suportável até as coisas mais assustadoras”, Ésopo!

Com informações do estudareaprender

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