Envelhecimento! Quando você ouve essa palavra, o que pensa? Se você estiver pensando em “não ser capaz de me lembrar das coisas e das pessoas como antes”, saiba que você faz parte da maior parte da população de brasileiros que tem medo de sofrer com problemas da memória e do vigor mental ao passar dos anos.
Isso é o que comprovou uma pesquisa feita pelo Instituto Qualibest, com 1 mil pessoas, que tem idades entre 18 e 61 anos.
Sobre esse assunto, e especialista em memória, Renato Alves, cedeu uma entrevista à AT Revista, na qual afirmou que quando a memória desaparece, quem aparece é a insegurança. Renato entrou para o livro dos recordes em 2006 como o brasileiro de melhor memória, mas, antes ele já havia concluído o curso de Computação e estudar Ciências Cognitivas e Filosofia da Mente na Unesp. Posteriormente, ele cursou MBA em Gestão Empresarial.
Renato Alves lançou, recentemente, o livro “Os Segredos para Ter Memória Forte e Cérebro Sempre Jovem”, pela Editora Gente, que ficou entre os 20 mais vendidos, conforme o portal Publish News.
“A metáfora da onda traduz o que sentimos quando somos surpreendidos pelos chamados brancos ou lapsos de memória. A incapacidade de nos lembrarmos de coisas simples e de concluir tarefas desperta ansiedade seguida de desapontamento”, ele afirma.
No entanto, ele afirma que a notícia boa é que ter uma memória eficiente está ao alcance de todos. “O cérebro reforça a memória cada vez que uma informação é recordada na massa cinzenta. Quanto mais você acessa a mesma informação, mais rápida sua memória se torna”, ele diz.
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Acerca disso, o especialista confirma que recordar é um ótimo treino para a memória, então, existe um sério desconforto quando o assunto é dedicar todas as lembranças aos meios eletrônicos, o chamado high-tech. “É possível tirar partido dos celulares e eletrônicos, de forma inteligente”, comenta Renato.
Isso porque eles também podem falhar seja pelo fim da bateria ou de uma falha no sistema. Você pode pensar que essa “preguiça mental” poupa a nossa energia e, em partes, é verdade, no entanto, isso também inibe a exposição à criatividade e às novas formas de buscar soluções, o que tornam o cérebro em constante movimento.
Antes de Continuar com essa teoria, vamos abrir um espaço para falar sobre o uso dos eletrônicos. Confira!
Internet, Eletrônicos, Mídias Sociais e a Memória
O 1º ponto que podemos observar é que o uso das redes sociais é algo positivo. Assim, elas têm um impacto positivo sobre a nossa memória e o nosso cérebro, isso porque o organismo libera a dopamina quando estamos “navegando” nesse mundo. A dopamina, por sua vez, é uma substância neurotransmissora que causa a sensação de bem-estar.
Conforme opinião do Renato Alves, essa sensação é ainda maior quando o assunto debatido é sobre nós mesmos. “Ao falarmos de nossas experiências sentimos ainda mais prazer”. É aí que a memória se torna uma boa opção para aqueles que têm o objetivo de estimular a memorização.
Por quê? Oras, porque depois que você “publica” algo nessas mídias, as pessoas, com o tempo, comentam, curtam e compartilham. Assim, todas as vezes que você é notificado, você precisa “buscar na memória” o que houve, em que lugar aquilo foi publicado e quando foi. Toda essa busca faz com que você acesse as informações na sua mente. Isso é um baita estímulo, acredite!
Em curto prazo, pode não parecer, mas com o tempo fica mais fácil notar isso. Pense aí… Em uma foto que você publicou há algum tempo e agora está comentando: você não relembra tudo o que viveu naquela ocasião? Essa busca só é possível porque você estimula a memória a fazer isso.
Fora isso, outro ponto positivo é que a relação entre as redes sociais e a memória pode te trazer retrospectivas, exatamente como aquela criada pelo Facebook. Essa lembrança também estimula o nosso cérebro, o que é um ótimo exercício para a nossa mente. “Porém, é preciso ter consciência de que, para que as redes sociais tenham um efeito positivo sobre nosso cérebro, é essencial utilizá-las com moderação”, afirma Renato.
O lado negativo é exatamente esse citado pelo Renato, quando isso se torna um vício. “O uso excessivo das redes sociais impacta o cérebro assim como algumas substâncias nocivas”. O vício, do qual estamos falando, também recebe o nome mais teórico de vício psicológico. Ele também estimula a memória, no entanto, o estímulo é tanto que as áreas afetadas recebem muita “satisfação” e torna-se viciante.
A resposta, acreditamos, está claro, não? Equilíbrio é a palavra chave para gerar bons resultados, sempre de forma positiva. “O segredo para usufruir dos seus impactos positivos na memória é o bom senso. As redes sociais podem nos favorecer, potencializando nossa memória e fortalecendo nossa estrutura mental. Então, aproveite esse recurso para estimular seu cérebro a registrar novas informações”.
Como Gabaritar Provas Extremamente Difíceis usando a técnica do “Palácio da Memória”
Imagine memorizar 1 mil dígitos aleatórios em apenas 60 minutos. Agora, pense em guardar a ordem precisa de 56 cartas de 10 baralhos nos outros 60 minutos. Por fim, decore livros de 700 páginas. Isso é possível? O inglês Ed Cooke provou que sim e assim se tornou um Grande Mestre de Memória.
Mais do que isso, anos mais tarde, foi comprovado que você também é capaz de conseguir essa proeza. Imagine então, se você pudesse usar todo esse poder da memória em benefício próprio, como em uma prova de Concurso Público ou do Enem…
Bem, vamos partes! Está comprovado que você também pode se tornar um Grande Mestre da Memória porque, conforme pesquisas de 2 universidades inglesas, o cérebro dos gênios da memorização são idênticos aos nossos, pessoas comuns.
A ansiedade e a alimentação influenciam de que forma?
Voltando à teoria da Super Memória, é preciso saber que para ter uma memória forte e o cérebro ativo por toda a vida, é preciso focar nas causas e não nas consequências. E as principais causas são: Sono Insuficiente, Alimentação Ruim, Excessos de Álcool e drogas, Cigarro, Sedentarismo, Poluição do Ar, Problemas Metabólicos e Doenças como Alzheimer e Depressão.
No entanto, nos dias atuais, os maiores vilões têm sido as questões psicológicas, como estresse, ansiedade e a visão pessimista sobre envelhecer. Vamos voltar a abrir uns parênteses, nessa parte do texto, para falar dos alimentos que contribuem para uma boa memória e também sobre a Ansiedade! Leia porque vale a pena!
Sobre a alimentação, um estudo da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, confirmou que bons hábitos podem proteger os neurônicos contra doenças degenerativas. “Um terço dos casos de Alzheimer decorrem de fatores modificáveis do estilo de vida, segundo artigo científico publicado na revista Lancet Neurology em 2014”, afirma Renato Alves.
Ansiedade de Desempenho
O termo correto, usados pelos especialistas, é “Ansiedade de Desempenho”. Ele é caracterizado pela perda de Expectativas e aumento dos pensamentos negativos, o que faz, diretamente, com o que o indivíduo tenha grande dificuldade de concentração e fixação do conteúdo estudado.
Com essa belíssima definição, entende-se que essa Ansiedade aconteceu mais comumente em estudantes, sejam os do ensino médio, que vão prestar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) ou aqueles que estão estudando para Concursos. Porque, normalmente, eles sofrem muita pressão… Seja familiar, seja de amigos, seja financeira ou de sobrevivência. Essa pressão é a principal causa da Ansiedade de Desempenho.
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É proporcional: quanto maior a importância de ir bem na prova, maior será a ansiedade e, por fim, a incerteza de conseguir o objetivo traçado. A Ansiedade de Desempenho tem solução e para tal é preciso, antes de tudo, identificar os sintomas.
O Renato Alves selecionou algumas orientações para identificar os sintomas e fazer com que essa ansiedade não prejudique o desempenho das pessoas, estudantes ou não.
- Método de Estudo: Uma carga que exige muito esforço e traz pouco retorno de aprendizagem é uma deficiência vinda da falta de planejamento. E isso, definitivamente, não pode acontecer. Assim, planeje e se sinta seguro sem ter a sensação de perda de tempo.
- Procrastinação: Amanhã você faz? Mesmo que você tenha muita coisa para fazer, não existe motivo para você deixar TUDO para amanhã, faça algo hoje. Procrastinar influencia muito a ansiedade de desempenho, principalmente nos estudos. Lembrando-se do seu planejamento, estabeleça prazos mais curtos.
- Rotina: Se você precisar conciliar mais de uma atividade ao mesmo tempo, vai precisar criar uma rotina. E isso é super importante para você evitar a ansiedade de desempenho. Dentro dessa rotina, é preciso estabelecer hábitos saudáveis e respeitar o seu período de sono.
- Técnicas de Memorização: Vale muito para a Hora H. Imagina chegar na hora do exame e esquecer tudo? Isso sim vai fazer sua ansiedade detonar com a sua prova e o seu resultado. Por isso, um processo de memorização eficaz é importante e pode ser a chave do seu sucesso.
Alimentação em favor da Memória
Com vimos acima, a alimentação é importante e criar um hábito saudável também. Focar apenas nos estudos e esquecer-se de se alimentar de maneira equilibrada não é o indicado, conta Renato Alves. O especialista selecionou 6 alimentos que ajudam a fortalecer a memória e que podem te ajudar durante os estudos. Confira!
- Abacate – Ela tem gorduras. Mas são gorduras monoinsaturadas, que mantém estáveis os níveis de açúcar no sangue, o que contribui para uma boa saúde mental. E as vitaminas K e Folatos melhoram a função cognitiva, especialmente a memória e a concentração.
- Beterraba: Também garante um bom funcionamento cerebral, o que dá disposição para os estudos, além de ser um alimento versátil porque reduzem inflamações e são antioxidantes. Os nitratos naturais ajudam a aumentar a energia e níveis de desempenho.
- Brócolis: Tem muita vitamina colina e K, o que mantém a mente afiada. Fora isso, os compostos de glucosinolatos retardam a degradação do neurotransmissor acetilcolina, fundamental para o sistema nervoso central.
- Linhaça: Tem como principal nutriente para a memória o ômega 3, um óleo também presente em peixes.
- Damasco: Fonte de fibra e vitamina C também é ótimo para a memória. É indicado contra inflamações e contribui para uma boa saúde cerebral.
- Mirtilo: Em inglês, blueberry, se enquadra em alimentos benéficos para a memória por ser rico em vitaminas C e K, fibras e ácido gálico, que diminuem, inclusive, o estresse.
Ah, e como estamos falando também de técnicas de memória, aqui vai uma para você nunca se esquecer desses alimentos. Lembre-se sempre dessa frase: “Alimentação Boa e Bonita Só Depende de Mim”. A inicial de cada palavra remete à inicial de cada alimento também.
A memória e a Psicologia
Voltando à super memória, da qual falávamos, e apesar de termos incitado você a usar a internet e os meios eletrônicos com sabedoria. O Renato Alves aconselha que manter-se socialmente ativo, até mesmo pelas redes sociais, é ótimo para o cérebro.
Porém, paralelo à isso, a psicóloga e psicoterapeuta Angélica Rodrigues Santos afirma que é possível despachar os sentimentos negativos de outra forma.
“Escreva, rapidamente, tudo o que ficou entalado na garganta, sem correções, no ritmo do pensamento, respirando profundamente. Depois, rasgue estes escritos, sem reler, e jogue-os no lixo ou queime-os. Outra ideia é tomar um banho de mar, de cachoeira ou mesmo de chuveiro, visualizando tudo o que você quer jogar fora sendo levado pelas águas”.
O que ambos concordam é que sem treino, o cérebro pode começar a falhar. Suzana Herculano-Houzel é neurocientista e ganhou fama por ser a favor da potencialização do cérebro. Assim, a melhor dica é treinar: praticar palavras cruzadas e ler diariamente, fazer associações, escrever e aprender coisas novas.
Por fim, é preciso saber que a ciência está avançado e está cada vez mais perto de encontrar tratamentos que estimulem a regeneração das células cerebrais contra as forças que tentam destruir nosso cérebro. Porém, ainda nada foi concretizado. A conclusão é que ter uma vida longa e lúcida pode acontecer e para que isso aconteça você precisa colocar as atividades em prática agora, conforme conta Renato.
“O que vale a pena nesta vida são os bons momentos, os momentos memoráveis, como gosto de dizer. Existe uma regra em memorização que ensina que, quando você está bem, sua memória fica bem”, conta Renato Alves.
Agora, antes de terminar esse artigo, vamos falar, bem rapidamente, de 2 questões muito comentadas sobre o tema quando o assunto é a forma de estudar e contar com o poder da memória: 1 – Livro ou Tablet? e 2 – Música ou Silêncio? Confira as respostas!
Livro ou Tablet
A questão é muito mais comum do que muitos pensam… Afinal, estudar no livro é mesmo melhor do que no tablet? A resposta para essa questão tem se tornado pauta de pesquisas em todos os cantos do mundo e as conclusões nem sempre chegam à uma única resposta.
Para Ferris Jabr, da revista Scientific American, o cérebro percebe as letras como objetos. Assim, o livro é um terreno cheio de objetos e isso demanda mais ações motoras e sensoriais, logo, ele se constrói espacialmente no cérebro, o que é bom. O exemplo que ele cita é o simples fato de virar a página, que nos deixa em contato com a textura, cheiro e a ação em si, o que ajuda em uma memorização mais profunda.
Fora isso, usar uma marca texto ou notar o design do produto são alguns dos estímulos para a memória.
De outro lado, o texto digital não tem essa noção de terreno. Logo, não se pode perceber a dimensão de um texto.
Depois, em 2011, na Universidade de Stavanger, na Noruega, a pesquisadora Anne Mangem concluiu que as coisas são exatamente bem assim. Durante uma pesquisa ela conseguiu comprovar que alunos que leram em livro físico conseguiram se sair melhor em uma prova, com maiores detalhes sobre os personagens, por exemplo.
Em 2005, Erik Wastlund, já havia mostrado que no tablet há o fator “cansaço visual”, provocado pela luminosidade da tela. No entanto, posteriormente, novas tecnologias foram lançadas, tal como a e-ink, disponível no Kindle, que simulam a sensação de ler um livro no papel, o que reduz o efeito.
Mas, como sugere Renato Alves, o mais importante é a forma como mantemos o foco durante a leitura. Para isso, ele listou algumas dicas. Confira:
- Metas: Estabeleça metas singelas e alcançáveis. Determine o número de páginas que vai ler por dia e, aos poucos, aumente, mas de forma gradativa.
- Distrações: Não deixe que fatores externos, como o celular, atrapalhem o seu estudo e a sua leitura. Desligue, inclusive, as notificações que causam constantes interrupções.
- Hábito: A leitura tem que fazer parte da rotina de estudos. O ideal, então, é que não fique muito tempo sem pegar nos livros. Renato comenta que para criar o hábito é possível fazer a mesma coisa quando for começar uma leitura, seja pegar uma xícara de chá ou acender um incenso, por exemplo.
- Resumos: Se você acha que não está entendendo nada sobre o livro, o ideal é que faça resumos. Antes disso, é possível reler um mesmo paragrafo e verificar se não notou alguma informação muito importante.
“Livro ou tablet, cada um tem as suas vantagens e desvantagens, eu defendo que se faça um teste. Nada melhor do que experimentar as duas formas antes de eleger a melhor forma de absorver informações. O importante é manter o hábito da leitura. Manter o foco e encarar a leitura como algo importante para atingir seus objetivos é o verdadeiro segredo”.
Na opinião do Renato, a leitura é um dos melhores exercícios para estimular a memória se ela for feita da forma correta. Essa ação pode ser tão eficaz como um jogo de xadrez ou palavras cruzadas, na opinião do especialista. E isso quer dizer uma coisa: ler muito rápido não significa deixar de entender o conteúdo, o importante é entrar na história e compreender o enredo.
Música ou Silêncio
Todos, ou pelo menos a grande maioria dos especialistas e professores, afirmam que estudar em silencio é a melhor forma para conseguir êxito. Mas, não é incomum ouvir adeptos das melodias clássicas que afirmam que elas são verdadeiros estímulos para o momento. Então, em meio à essa dualidade, o que escolher?
Para o Renato, ler em silêncio pode ser uma grande armadilha. “Você fica suscetível à qualquer mínimo barulho ou interrupção exterior”. A opinião dele está baseada na pesquisa da Universidade de Caen, na França, feita em 2014 e que mostrou que pessoas que usam sons durante o processo de aprendizagem mantem maior nível de atenção, desempenho e maior retenção do material estudado.
A explicação é que a música atua diretamente na frequência mental, ou seja, na capacidade de memorização.
O que você não sabe é que para cada matéria tem um tipo de música, conta Renato. Ele comenta que para a matéria de matemática, ou exatas no geral, o indica é música clássica ou instrumental, incluindo, até mesmo, sons de natureza. “Isso induz a pessoa a um estado de relaxamento, diminuindo a ansiedade”.
Para a área de artes, o indicado é o pop e o rock que incidem sobre a produção criativa, além de induzir o cérebro à uma excitação.
“Vale ressaltar, porém, que ao escutar melodias com letras, o indicado é que sejam em um idioma que você desconheça para não lhe ocorrer o risco de distração”, afirma Renato. Ainda conforme ele, o ideal é que o volume não seja muito e esteja em um som ambiente.
Com informações da Veja e do RenatoAlvesBlog