O que podemos aprender com o Poder de Memorização de Sherlock Holmes?

Sherlock é uma série de televisão britânica baseada nas histórias de Sherlock Holmes, criadas pelo médico e escritor Sir Arthur Conan Doyle. O personagem, nas suas histórias originais, é um investigador do final do século XIX e início do século XX que apareceu pela primeira vez em um romance chamado “Um Estudo em Vermelho”, publicado pela revista Beeton’s Christmas Annual em 1887.

Como você já deve ter notado, a principio, Sherlock Holmes aparecia esporadicamente em obras aleatórias, assim, ao todo o personagem já solucionou casos insolúveis em mais de 60 obras do autor, sendo 4 romances e 56 contos.

Sherlock Holmes: O que, quando, onde e por que

Antes de dar início à esse intertextualidade observada pelos especialistas e críticos, vamos entender um pouco mais sobre a personalidade de Holmes, conforme descrição das histórias originais. O investigador costuma ser arrogante, mas com deduções certeiras. Apesar do aspecto erudito, ele não demonstra sentimentalismo, é tudo na razão. Orgulhoso, gosta de artes marciais. Fisicamente, é alto, magro, pálido e de nariz fino. Fuma cachimbo para “esclarecer a mente”, além de ser um ótimo violonista.

Já conforme informações do seu criador, Holmes viveu em Londres, no apartamento 221B Baker Street entre 1881 e 1903, durante a Época Victoriana, onde passou parte da vida à companhia do seu escudeiro Dr. Watson. E é justamente com esse amigo que surge a sua mais célebre frase: “Elementar, meu caro Watson”.

Conforme indícios, Holmes teria nascido no dia 6 de janeiro de 1854. Foi filho de um agricultor e uma mãe de origem francesa, já que a avó era irmã do pintor Horace Vernet. O irmão mais, Mycroft, trabalhou para o serviço secreto britânico.

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Para a criação do personagem, Doyle usou como teoria básica uma frase dita pelo seu professor, especialista em cirurgias, Dr. Joseph Bell: “A maioria das pessoas veem, mas não sabem observar. Olhando de relance um indivíduo, a gente pode identificar-lhe o país de origem por suas feições; pelas mãos, a profissão e os meios de vida; e o resto da sua história é revelado pelo modo de andar, os maneirismos, os berloques do relógio e até os fiapos que aderem à sua roupa”.

Reprodução: Google

O personagem ficou muito famoso ao usar métodos científicos e a lógica dedutiva para solucionar os seus mistérios. Carismático e astuto, atualmente ele ainda é um dos personagens mais atraentes dos romances policiais, tanto é que tornou-se uma série de televisão. Mas não só.

Antes disso, várias peças teatrais já haviam sido criadas acerca do personagem. Filmes também foram dos mais variados e as mais recentes são: Sherlock Holmes (2009) e Sherlock Homes – A Game of Shadows. Depois, em 2015, Mr. Holmes.

Sherlock: Uma Série para quem ainda não conhece Sherlock Holmes

Porém, hoje, o nosso foco é outro: A série britânica Sherlock, de Steven Moffat e Mark Gatiss, lançada em 2010 e retrata Holmes nos dias atuais. Benedict Cumberbatch é Holmes e Martin Freeman é o Dr. John Watson. A 4ª temporada estreou em janeiro deste ano.

Os críticos da série aplaudem cada episódio. Principalmente com exaltações quanto ao enredo, performances e direção. O resultado disso são nomeações em prêmios como BAFTA, Emmy e Globo de Ouro. A 3ª Temporada tornou-se a série mais vista, no gênero Drama, no Reino Unido, desde 2011.

“Isso deve-se ao fato dos autores possuírem um enorme conhecimento do trabalho de Conan Doyle e de a sua adaptação incorporar todas as adaptações às histórias originais. Está tudo ligado”, disse Gwilym Mumford, do jornal The Guardian.

Sherlock e a Memória

Sarah Zielinski publicou na revista do Instituto Smithsoniam que os criadores do seriado ressuscitaram uma teoria praticada pelos antigos gregos: a utilização do método mnemônicoPalácio da Memória”.

Como Gabaritar Provas Extremamente Difíceis usando a técnica do “Palácio da Memória”

O que virou foco foi que o autor do personagem nunca mencionou tal técnica. Na verdade, para ele, a memória do personagem deve-se à um “Sótão Cerebral”, muito organizado e bem armazenado.

“Eu considero o cérebro do homem como sendo originalmente assim como um pequeno sótão vazio e você preenche com as mobílias que você escolhe”, disse, uma vez, Holmes para o Dr. Watson, no livro “Um Estudo em Vermelho”.

“A revelação-chave oferecida pela ideia do Sótão Cerebral é a de que você será capaz de lembrar algo, e você somente pode dizer que você o que você relembra se você puder acessar essa lembrança quando você precisar dela”, afirma Maria Konnikova, autora do livro “How to Think Like Sherlock Holmes”. “De outra maneira, seria melhor que tudo armazenado tivesse simplesmente desaparecido”, ela diz.

Comparado ao Palácio da Mente… “A ideia do Sótão Cerebral é muito mais ampla”, afirma Maria Konnikova.

A teoria e discussão foi desencadeada após um episódio que aconteceu da seguinte forma, conforme o popiblog:

Holmes, após ser atingido por um tiro à queima roupa, começa a vasculhar o seu palácio em busca do melhor caminho para sobreviver. A sua amiga, Molly Hooper, observando-o, diz: ‘Você tem certeza absoluta que irá morrer, então, você precisa se concentrar. É muito sadio e muito sagaz ter um palácio mental, mas você só tem 3 segundos de consciência para usar esse seu palácio’. Holmes descobre que as respostas para continuar vivo estão em seu cérebro e ele vai além da técnica clássica e encontra nas lembranças das conversas com a própria Molly e seu irmão, Mycroft, as melhores respostas”.

Quanto ao Palácio Mental de Holmes, nesse episódio, ele é formado pela escadaria, necrotério e um corredor com várias entradas para cômodos cobertos de memórias. Em cada cômodo, Holmes encontra a memória do cachorro que teve na infância, usada como calmante. Em outro, encontrar o consultor Jim morto. Assim, em cada lugar, estão cenas marcantes, tocantes e que se ligam entre si.

“Sempre foi considerado que você deveria usar lugares que você pudesse visualizar, independente se existe ou não”, diz Eric Legge, autor de um estudo sobre o tema na Universidade de Alberta no Canadá.

As práticas de Sherlock não estão muito além das nossas

Isso é o que afirmam estudiosos das Universidades de Princeton e Stanford, ambas nos Estados Unidos. “Nossas habilidades de armazenar lembranças e recordar podem ser eficientes e mais parecidas com as dele do que se imaginava”.

A descoberta, inclusive, pode ser um incentivo para encontrar sinais de alerta precoce na perda de memória e auxiliar o tratamento de doenças, tais como o Alzheimer. “Achamos que nossas lembranças são únicas, mas há muito em comum entre nós, em como vemos e nos lembramos do mundo”, disse Janice Chen.

Com informações da UOL

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