A memorização tem que fazer parte do método de estudo de qualquer candidato à concurso público do país. Esse conjunto de técnicas é usado para fixar o conteúdo que foi aprendido. E o que quase ninguém sabe é que essa maneira de reter informações pode ser aprendida bem rapidamente.
Em números, praticamente 80% dos resultados das provas não são gerados pelo fato de a pessoa ser mais inteligente do que a outra, mas sim porque ela soube usar estratégias corretas durante o estudo.
Se você tem um Plano de Estudos, saiba que está no caminho certo. Se ainda não tem, está mais do que na hora de criar um. Nele será possível criar um cronograma para revisar conteúdos.
E essa revisão é um passo importante no processo de memorização. Na real, a Revisão é o Jeito Mais Simples de Memorizar Matérias para os Concursos. Logo, o papel da revisão é de manter a chama do conhecimento aceso na sua mente, sendo que quando essa chama se apaga, você esquece-se do que estudou.
Não há segredos: se você sabe fazer a revisão da forma certa, você tem grandes chances de conseguir fixar a maior parte do conteúdo que estudou durante o período de preparação.
E não importa qual a melhor maneira que você encontrou para estudar – se é durante a noite, no ônibus, pelo celular – se não tiver uma revisão qualitativa, você estará destinado ao fracasso nas provas futuras.
Aí você se pergunta:
- Como Fazer a Revisão Correta?
- O que uma Revisão tem que Ter?
- Como a Revisão Pode Influenciar na Retenção de Conteúdo?
- Aliás, quantas vezes é preciso Revisar uma mesma informação?
Acredite você: nós temos essas respostas!
Só que nós a deixamos no final do artigo. Sabe por quê? Porque antes disso, você precisa entender como é o funcionamento da nossa memória e como ela atua no cérebro. Não precisa ficar preocupado, fizemos um guia bem resumido desse assunto.
Você vai aprender bem rapidamente sobre as memórias e depois, sim, chegará ao segredo final, que é a cereja deste artigo.
O que é Memória?
A memória é uma faculdade cognitiva extremamente importante porque ela forma a base para a aprendizagem.
Se não houvesse uma forma de armazenamento mental de representações do passado, não teríamos uma solução para tirar proveito da experiência.
Assim, a memória envolve um complexo mecanismo que abrange o arquivo e a recuperação de experiências, portanto, está intimamente associada à aprendizagem, que é a habilidade de mudarmos o nosso comportamento através das experiências que foram armazenadas na memória.
Em outras palavras, a aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos e a memória é a retenção daqueles conhecimentos aprendidos.
A explicação acima é da especialista Silvia Helena Cardoso. Mas, você não precisa entender cada palavra dessa explicação, que é bastante teórica. Selecionamos o que é mais importante…
Existem dois tipos de memória:
- Memória de Procedimentos (Não Declarativa): É aquela das ações que você realiza no seu dia a dia. Logo, ela não pode ser declarada porque você não sabe que está usando o tempo todo.
- Memória Declarativa (Explícita): É a memória que é capaz de evocar palavras ou ações. Essa é a memória que se usa nos estudos e ela é ainda subdividida entre as de curto e longo prazo.
Agora, podemos pensar nas partes do cérebro. Conforme o pesquisador John H. Byrne, da UT Medical School at Houston, o hipocampo está mais envolvido na formação das novas memorias, porém, as antigas ficam em outras partes, como no Córtex Frontal.
Confira alguns resultados das pesquisas de John:
- Lobo Temporal Medial e Hipocampo – Memória Declarativa,
- Corpo Estriado – Memória E Habilidades E Hábitos,
- Neocortex – Primming (Pré-Ativação),
- Amígdala – Memória Emocional,
- Cerebelo – Aprendizagem Associativa.
Por que nos esquecemos de conteúdos estudados?
Essa é uma boa pergunta. Mas há de se levar em conta que um problema muito sério pode ser a falta de atenção e não, necessariamente, problemas com a memoria.
O Grande Detalhe é que muitas vezes nos esquecemos de coisas importantes, que não deveria ser esquecidas. Exatamente como um conteúdo importante que vai cair na prova ou, por que não, a data de aniversário do seu parceiro.
Logo, pode-se destacar 3 pontos super importantes que afetam o esquecimento de informações. Leia!
1 – Desuso da Informação
Esse é o motivo número 1 e é por causa dele que você vai entender como a Revisão é importante para te auxiliar na retenção de informações.
Ao contrário da maior parte das profissões, o estudante é exigido muito mentalmente. Já que torna necessário fazer várias leituras e estudos de determinados conteúdos que serão memorizados.
Dica Simples: Revise o conteúdo a cada… Bom, essa informação estará nos próximos tópicos, não deixe de ler!
2 – Novo Aprendizado
Quando você aprende algo novo, isso também interfere e pode provocar uma alteração na informação que você assimilou. Isso porque são criadas novas conexões sinápticas que faz com que as antigas se tornem obsoletas.
O que fazer? Sempre use todas as informações: tanto as novas quanto as antigas.
A Dica? Revisão, claro!
3 – Interesse Pessoal
Acredite você ou não, mas nossas emoções interferem na nossa memorização. Se você vive dizendo que “não gosta de estudar”, saiba que tem grandes chances de apresentar muitas dificuldades durante o processo de retenção de informação.
“O interesse pessoal sobre determinado assunto faz com que uma pessoa quase decore o assunto com apenas uma leitura”, garante o neurocirurgião Roberto Godoy.
5 Dicas Eficazes para Melhorar a sua Memória Agora
Se você leu o artigo integralmente até aqui, ficou fácil entender o que é preciso fazer para que a memória seja ativada e trabalhe da melhor forma possível. Mas, para facilitar sua compreensão, listamos 5 dicas eficazes para que isso aconteça.
Se você tem uma memória saudável, terá mais facilidade em fixar conteúdos.
1 – Concentração: Estudo visualizando o que está lendo. Observe as letras, as informações e os objetos da leitura. Aprofunde-se no texto e não deixe que nada tire sua atenção.
2 – Alimentação: Alimentos pesados prejudicam a concentração. O ideal é consumir aqueles que tenham Vitamina B12, Ácido Fólico e Tiamina, encontrados em vegetais.
3 – Sono: O sono é um dos processos orgânicos que mais ajudam na consolidação da informação da memória. Portanto, não adianta muito estudar se estiver morrendo de sono.
4 – Relaxe: Não faça dos seus estudos um martírio, tire um tempo para descansar e aproveite os momentos de folga. São nesses tempos que sua memória vai efetivar a retenção da informação.
5 – Imaginação: Essa é a sua principal arma para facilitar a memória. Quando você a utiliza, você cria imagens e seus sentidos são ativados, isso mexe com várias áreas do cérebro, fazendo com que a informação se fixe na sua mente. .
Quando é necessário fazer a Revisão de uma Informação?
Alguns especialistas da Educação arriscam dizer que o ideal é fazer a revisão no máximo 72 horas após o estudo. A outra revisão pode acontecer no prazo de 15 dias. A terceira, após 30 dias. Depois, 60 dias e assim por diante. “Isso faz com que o conteúdo fique sempre aceso na sua mente”.
No entanto, o mais difícil é entender que a revisão é uma técnica que não se aprende da noite para o dia. “Vou revisar e pronto”. Não. Ela é muito mais eficiente do que qualquer outra, porém, exige trabalho e dedicação.
O segredo é acertar o tempo que você faz a revisão e isso fará você aprender de forma mais aprofundada.
Revisar a Informação
Esse tempo encontrado para cada revisão é muito discutido ainda nos dias de hoje e, sinceramente, não há uma regra certeira. O que se sabe é que vários estudos estão sendo baseados no que é chamado de “Curva do Esquecimento”, que são períodos que nos levam a esquecer de alguma informação.
Vamos Explicar Detalhadamente a Curva do Esquecimento no Final do Artigo!
André Caldas é um profissional especializado no Estudo de Revisões Inteligentes. Ele separou o tempo de estudo de uma forma um tanto quanto diferente, confira!
Imediatamente
André diz que é preciso revisar a informação imediatamente após aprendê-la. Como? Através do Método Super Aprendizagem, na qual você precisa repetir essa mesma informação 5 vezes seguidas.
“Isso significa que se você está estudando aquele livro de matemática e se depara com uma formula qualquer ou um conceito muito importante, deveria parar a leitura e repetir a formula ou conceito 5 vezes bem rapidinho e só depois disso, deveria continuar a leitura”.
10 Minutos Após Estudar o Assunto
Após cada 1 hora de estudo, o correto é dar uma pausa de 10 minutos para descansar – corpo e mente. Após essa pausa, André aconselha revisar as informações mais importantes que foram aprendidas durante esse período de estudo.
“Depois de uma hora você terá aprendido o assunto e tudo estará fresquinho na sua memória. Quando você voltar após 10 minutos, terá desviado sua mente do assunto e quando revisar as informações importantes, seu cérebro estará tendo contato com a mesma informação pela segunda vez”.
Na opinião do especialista, essa revisão resulta em dois resultados diretos:
- Vai dizer ao seu cérebro que as informações são as mais importantes no meio de tudo que você estudou e devem ser lembradas,
- Vai fazer com que essa primeira revisão mantenha a informação fresca na sua memória pelas próximas 24 horas.
1 Dia Após Estudar o Assunto
1 dias após ter aprendido e revistado a informação, ela ainda estará muito fresca na sua memória, no entanto, se você desprezá-la, perderá parte dela que vai começar a se enfraquecer com o tempo.
Daí cria-se a necessidade de uma 3ª revisão, que vai trazer uma lembrança da informação e aumenta-la para 100%, novamente.
1 Semana Após Estudar o Assunto
Depois de 7 dias, a informação começar a perder força. O que nos leva a pensar em uma 4ª revisão.
1 Mês Após Estudar o Assunto
Você está bem perto de conseguir fazer sua memória trabalhar em sua totalidade, que é reter o domínio total da informação. Depois de 30 dias, a informação começa a ser definhada, como se estivesse escorrendo pelos dedos. Faça outra revisão.
6 Meses Após Estudar o Assunto
Na opinião de André, é a etapa final. “Onde se separa a criança do adulto e o amador do profissional”, ele diz.
É na 6ª revisão que a informação passará a ser definitiva na sua memória e se tornará permanente. Se você conseguir atingir essa maestria, saiba que tem as melhores chances possíveis de ir bem na prova do Concurso Público.
“Esse método de revisão inteligente foi cientificamente comprovado e basta seguir a formula passo a passo, o que nos leva a seguinte questão: Como organizar isso tudo e saber quando revisar o que? E mais importante: Vale a pena o tempo perdido com tantas revisões”?
Como Revisar Conteúdos de Forma Eficiente, conforme o Jornal The Guardian
Em 2014, o Jornal The Guardian publicou um artigo mostrando algumas características efetivas para revisar conteúdos. “Essa é a maneira ideal para você estudar para a prova”.
Logo no início do artigo, o jornal garantiu que uma das formas mais comuns de estimular a memorização de um conteúdo é através da repetição, que atua no hipocampo.
“Se você precisa decorar a anatomia de uma árvore para a aula de biologia, por exemplo, comece a repetir várias vezes as suas partes. Ao longo do dia, faça exercícios para recordar esses nomes e os escreva em uma folha de papel”.
Outra técnica que pode ser usada é a repetição espaçada, que acontece no ato de repetir um conteúdo estudado em períodos diferentes.
“Ao aprender uma nova informação, você deve estuda-la no mesmo dia. Depois, estudar novamente depois de alguns dias. Após isso, estudar mais uma vez por semana. Estimular seu hipocampo a recuperar essa informação em tempos espaçados faz com que ela esteja mais registrada na memória e seja dificilmente esquecida”.
O jornal ainda cita três fatores importantes, que já foram citados aqui: Concentração, Descanso e Sono.
Sobre esses pontos, vale ainda fazer uma última ressalva. A proteína quinase C ou PKC é produzida em situações de estresse e ansiedade. Ela prejudica a memória de curto prazo, logo esse é um passo importante para consolidar aquilo que ficará na memória de longo prazo.
Se durante os seus estudos, você consegue se concentrar e acalmar os ânimos, o seu estudo será bem aproveitado. Porém, se durante o estudo ou a prova você tem o nível de ansiedade e estresse aumentado, então, pode ocorrer os famosos “brancos”.
Didaticamente falando a Curva do Esquecimento interfere nos seus estudos da seguinte forma: imagine que você vá para uma aula sobre um assunto que nunca viu (ou que tenha pouco conhecimento) durante 60 minutos. Ao término da aula, o seu cérebro terá absorvido, no máximo, 75% das informações que você estudou.
Esse é o 1º fato para entender a curva. O nosso cérebro não tem informações suficientes para entender 100% da matéria que estamos estudando, isso porque, como avisamos, é a primeira vez que você está vendo aquela matéria. Depois disso, o processo de esquecimento começar a entrar em declínio e de forma progressiva, sendo assim:
- Ao término da aula: você aprende 75% do conteúdo,
- 10 minutos depois: você perde mais 30% do que estudou,
- Em 24 horas: você lembrará apenas 22% do que aprendeu na aula,
- Posteriormente há 7 dias: você se lembrará apenas de 10% da matéria,
- 30 dias após o estudo: segundo o estudo, você já terá esquecido todo material estudado.
E aí, voltamos para a estaca zero, como falamos no começo do texto. Você vai precisar estudar tudo de novo! Esse, sem dúvidas, é o maior sabotador dos seus estudos! Então, qual a solução: estudar apenas 1 mês antes de acontecer a prova ou o concurso? Claro que não, afinal, você não terá tempo suficiente para absorver tudo que é exigido nos editais.
A Conclusão é que, conforme opinião dos especialistas, se você não fizer alguma coisa para reter a matéria na memória até o dia da prova, ela será, naturalmente falando, esquecida. Independente de qual curso você faça ou como estuda, se você não tiver uma boa estratégia para superar e vencer a Curva do Esquecimento, então, definitivamente, ela vai destruir os seus esforços e os seus sonhos!
Estratégia Número 1: Revisões Programadas
A revisão programada, para valer a pena, precisa ser feita em momentos certos, respeitando o funcionamento do cérebro e levando em consideração, inclusive, a ação da curva do esquecimento. Isso não é uma perca de tempo, ok?
Se você quer conhecer os verdadeiros ladrões de tempo na hora do estudo, aguarde um pouco, porque temos um tópico especifico falando disso ao final do texto.
As funcionalidades dessas revisões são as seguintes: reativação da memória, assimilação das informações mais importantes (lembre-se que tudo é uma questão de prioridades) e aumenta a retenção daqueles 75% iniciais aprendidos durante a aula.
Então, de fato, perde tempo quem não faz a revisão programada porque, assim, se você não fizer, vai precisar estudar toda a matéria novamente, como falamos acima.
A 1ª revisão que deve ser feita é imediatamente após o contato inicial com a matéria, antes mesmo de passar para uma próxima disciplina ou tópico de estudo.
A 2ª revisão precisa ser feita nas 24 horas seguintes ao contato inicial com a matéria. A outra revisão deve ser feita uma semana após o estudo… Bom, até aqui você já notou que estamos seguindo a curva do estudioso Hermann, não é?
E assim deve ser! Essa é a forma correta de fazer revisões programadas. Sendo que quando você atingir 30 dias após o contato inicial com a matéria, deverá fazer as revisões mensalmente, até a data da prova.
“Quanto mais você revisar, mais você vai lembrar-se durante a prova”. Por sinal, a 1ª revisão pode ser feita em aproximadamente 10 minutos, enquanto que as posteriores não levarão mais do que 5 minutos!
Estratégia Número 2: Não há regras
Parece contrário. E é! Porque a estratégia que citamos tem muita chance de dar certo, afinal, é um estudo global e, na prática, deu certo.
Porém, é preciso levar em conta também os seus aspectos pessoais. Afinal, um mesmo remédio para dor de cabeça não faz o mesmo efeito para todas as pessoas, por exemplo.
Você deve levar em conta itens como a quantidade de matérias a ser estudas e revisadas, a sua disponibilidade de tempo (sobre isso vamos falar abaixo), as suas metas periódicas, a densidade do seu material de estudo e suas anotações.
São esses e outros fatores que vão ser determinantes na hora de você revistar o conteúdo, isso sem contar ainda com a sua experiência com os estudos e o seu bom senso.
Gabriel Granjeiro é diretor do GranCursos e afirma que:
“O maior desafio do concurseiro, portanto, não é tanto a quantidade de conteúdo e de disciplinas a serem vencidas, mas a capacidade de chegar ao fim do plano de estudos com tudo estudado, lido, relido, treinado e na ponta da língua”.
Curva de Aprendizagem
Esse é apenas um adendo para falar de outro conceito, também descrito por Ebbighaus. Para muitos especialistas é um sinônimo da Curva do Esquecimento e a definição parece ser um pouco mais afinca, conforme o próprio estudioso:
“Serve para explicar o comportamento competitivo de setores de rápido crescimento, nos quais, a todo momento que a experiência é acumulada dobra, os custos deveria reduzir em até 30% em razão da economia de escala gerada. A Matriz Boston Consulting Group (BCG) é justamente para analisar a curva de experiência”.
Essa representação é do nível cognitivo e determina uma atividade ou ferramenta.
Normalmente, o aumento na retenção de informações é mais aguda após as tentativas iniciais, e então, gradualmente, se equilibra, o que significa que cada vez menos informação nova é retida após cada repetição.
Com informações do Estudareaprender e Universia
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