“A faculdade de direito não é uma faculdade de advogados. O Exame da OAB apresenta problemas, como a memorização exigida na primeira fase. Isso acontece também no Concurso Público”, disse Marina Feerbaum, que é professora e coordenadora de ensino da FGV-Direito/SP.
Ela, juntamente com a advogada e mestre em direito Marina Ganzarolli, apontaram alguns desafios para o exercício da carreira do direito e mostraram como é possível encarar essa dificuldade – da memorização – apresentada no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil.
Antes de chegar ao Exame final, que é temido, o aluno preciso reconhecer suas habilidades para atuar como advogado. Esse é um pensamento muito complicado e importante que o jovem tem que tomar quando sai do ensino médio para migrar para o superior.
Será que a carreira de advogado é para mim? Eles podem se perguntar. Somado a isso há ainda questões como salários, campos de atuações, disciplinas e uma série de outros fatores.
Sobre a visão da faculdade e do mercado, veja o que disseram as especialistas.
A Profissão de Direito
O Direito é o 3º curso mais procurado no SISU – que seleciona alunos para vagas em universidades federais. Mas por que será que essa procura é tão grande? A resposta no decorrer do artigo.
Para facilitar sua compreensão, selecionamos toda essa parte do artigo entre perguntas e respostas. Com certeza, uma dessas dúvidas pode ser a sua também, confira.
Conheça – brevemente – esses programas democráticos criados pelo governo:
1 – SISU (Sistema de Seleção Unificada)
Várias Universidades optam por usar a nota do Enem como único método de seleção. Existem aquelas ainda que preferem somar essa nota ao seu próprio vestibular. Em números, o Sisu já recebeu a adesão da maioria das universidades e institutos federais, e na última edição, ofereceu mais de 205 mil vagas.
Os candidatos são selecionados através de um sistema online, que tem como base a nota obtida pelo estudante no Enem. Também pelo site é possível acessar às vagas disponíveis, tão bem como as instituições participantes e os cursos. Cada candidato pode optar por até 2 cursos, por ordem de preferência, instituição, local, turno e modalidade.
2 – PROUNI (Programa Universidade para Todos)
É uma bolsa de estudo que varia de 50 à 100% do curso de uma instituição privada do ensino superior. Para concorrer a essa opção, o candidato precisa ter nota mínima de 450 pontos no Enem e não pode ter zerado a prova. Na última edição, foram ofertadas mais de 213 mil bolsas em mais de 1 mil instituições.
Além da nota, também há outras exigências, como, por exemplo, ter feito todo o ensino médio na rede pública ou na rede particular como bolsista integral e não ter diploma do ensino superior. Portadores de necessidades especiais e professores de rede pública também podem se inscrever.
Todos os candidatos devem comprovar renda familiar mensal de até 1,5 salário mínimo por pessoal, no caso de bolsas integrais e até 3 salários mínimos por pessoa, para as bolsas parciais.
3 – FIES (Financiamento Estudantil)
Como o nome diz: é um financiamento e focado em alunos que concluíram o ensino médio a partir de 2010 e querem entrar em uma universidade. Para tal, também é preciso da nota do Enem, como já sabemos. E, a nova regra é a mesma do PROUNI: tirar mais de 450 pontos no exame e não zerar a redação.
A vantagem, além de ser um financiamento, é que a taxa é considerada baixa: de 6,4% ao ano para todos os cursos. Mas, para tal, é preciso comprovar renda familiar mensal bruta de até 3 salários mínimos. Mudança: Desde janeiro de 2013, não há mais necessidade de apresentar fiador e atestado de idoneidade para o cadastro.
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Detalhe: a cada 3 meses o participante precisará pagar uma taxa de 50 reais que é referente ao pagamento do juros. O prazo para início da amortização da dívida tem carência de 18 meses após a conclusão do curso. O saldo devedor pode ser parcelado em até 3 vezes o período financiado do curso, acrescido de 12 meses.
É necessário Memorizar Leis no Curso de Direito?
Marina Feerbaum diz que os candidatos tem que conhecer como funciona o Direito como um todo.
“Você precisa entender a sistemática do direito porque as leis mudam a todo instante. Hoje vivemos em era tecnológica, com muitas coisas acontecendo. Você entendendo a sistemática do direito, a lei será uma consequência disso. Sobre memorizar, você tem que ir atrás, estudar e o direito requer isso”.
Para Ganzarolli, a questão de decorar leis vai muito além, “é preciso interpretá-las”.
“Quando você identifica um problema, você sabe em qual código recorrer. Sabendo onde vai busca-los. Quanto à teoria, sim, existe muita teoria na faculdade e essa é a grande questão, muito mais do que memorizar tem que saber onde buscar as leis”.
O Curso de Direito tem Muita Teoria?
“A teoria nos primeiros anos é um pouco quanto pesada”, diz Ganzarolli.
Como Lidar com a Questão Ética no Direito – na Questão de “Defender Culpados”?
“Todas as pessoas tem direitos e defesa”, essa é a primeira coisa que aprendemos quando entramos na faculdade. Portanto, essa realmente é uma questão delicada, diz a mestre em direito.
“Toda história tem dois lados, duas versões. Portanto, para você julgar alguém, você tem que ouvir os dois lados. E todas as pessoas tem que ser representadas, de fato”.
Ela diz mais: “No direito, com todas suas convicções é impossível você ser totalmente imparcial”. Logo, “sua carreira pode exigir que você defenda culpados – principalmente em defensoria pública”.
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Para a professora, os direitos éticos permeiam o sistema a todo o momento, inclusive, em momento de caos político, os quais estamos vivenciando.
“Aqui podemos falar sobre os Direitos Fundamentais de todas as pessoas. O direito de defesa tem que ser igual para todos. A justiça tem que ser imparcial e dá todos os direitos de defesa e igualdade”.
Por ser muito teórico, o curso há muitas desistências…
A professora diz que todo curso, ou pelo menos a maioria, começa com uma carga teórica muito acentuada e a prática acaba ficando para o final. “Porém, a prática sem a teoria não faria sentido”.
“O direito é fundamental para a vida, mas ela tem que estar de acordo com a realidade. A teoria é fundamental para que os alunos tenham embasamento e fazer as conexões com a prática”.
Quais Métodos de Ensino ajudam os Candidatos a Passar na OAB?
O exame da OAB é uma habilitação importante – tanto é que é um requisito obrigatório – para quem quer advogar, mas você se forma como bacharel. “Esse exame tem alguns problemas porque ele é totalmente de memorização”, diz a professora ao comentar que o mesmo acontece no Concurso Público.
“A faculdade não tem que focar para que o aluno passe na OAB, mas sim para que ele seja ético, que interaja com o cliente e que vão além da memorização”.
“A parte voltada para passar no exame, a partir do 4º ou 5º ano necessita de técnicas e cursinhos preparatórios”, diz Ganzarolli.
Leia Também: O passo a passo para Estudar “Direito Constitucional” – #10 Técnicas para Memorizar Leis
17 Dicas Inusitadas
Pensando nessa questão da memorização tanto para o exame da OAB quanto para Concursos Públicos, encontramos 10 dicas inusitadas para melhorar a memória. Confira.
O esquecimento é recorrente na vida da maior parte das pessoas – muitas nem se lembram o que comeram ontem no almoço ou onde está a chave do carro. Mas, a frequência disso pode se tornar cada vez menor com a prática de alguns hábitos simples.
O site da revista Inc. selecionou algumas dicas que vão te ajudar a melhorar a memória em um curto prazo de tempo, o que ajuda a evitar situações embaraçosas e a ir bem em provas difíceis, como as citadas aqui.
1 – Mascar Chiclete
Alguns estudos provam que o ato de consumir goma de mascar durante a aquisição de conhecimento aumenta a atividade do hipocampo – área do cérebro que está relacionada com a formação e o armazenamento de informações e memórias.
Uma pesquisa britânica fez uma análise com pessoas que mascavam chicletes nos momentos de estudos e descobriu que 24% delas tem mais chances de recordar determinadas palavras em um curto prazo de tempo enquanto que 36% tiveram mais chances de lembrar palavras no longo prazo de tempo.
2 – Mover os Olhos
Parece muito estranho, mas mover os olhos de um lado para o outro pode te ajudar a estimular a memória. O movimento ocular na horizontal potencializa a ligação entre os dois hemisférios cerebrais.
Ficou meio confuso? Um estudo mostrou que as pessoas que fizeram esse deslocamento ocular por 30 segundos todas as manhãs pontuaram mais de 10% as tarefas de memórias do que aqueles que não praticaram o exercício.
3 – Apertar os Punhos
Esse é um ato muito recorrente em momentos de estresse, mas o que poucos sabem é que ele pode potencializar a armazenagem de informação e torna-la de fácil acesso em situações posteriores.
Isso acontece porque ele ativa regiões cerebrais relacionadas a memória.
Existem pessoas que afirmam que conseguem usar a mão dominante para guardar a memória e a outra para liberá-la apenas fechando o punho por 45 segundos.
4 – Fontes Diferentes
Ler pode ser cansativo e ler muito, mais ainda. Mas, existem algumas técnicas que facilitam o comportamento tão necessário para os estudantes e concursandos.
Ler um texto difícil pode ser feito de forma menos dolorida quando a tipografia é agradável aos olhos porque torna a leitura com maior precisão e concentração. Por esse esforço, acreditam os estudiosos, fica mais fácil armazenar as informações lidas.
5 – Fazer Rabiscos
Muitas pesquisas demonstram que o hábito de rabiscar ajuda a manter o foco, a aprender novos conceitos e reter conteúdo. Pegue uma caneta e pratique.
6 – Dê Risadas
Além de tornar os indivíduos mais sociáveis e carismáticos, o riso aparece como fator que traz melhores resultados em testes de memória de curto prazo.
Em pesquisa, alguns participantes assistiram a um vídeo engraçada por 20 minutos e, justamente por conta disso, tiveram uma diminuição dos níveis de cortisol.
Com o hormônio está relacionado ao estresse, que é um fator negativo à memória, a risada passou a ser considerada como algo altamente positivo para o bom funcionamento do cérebro.
7 – Boa Postura
Ajeitar-se na cadeira e ter uma boa postura – sem ficar torno ou com os ombros curvados – faz com que você se direcione melhor para o seu campo de visão. O contrário – ficar olhando muito para baixo pode te trazer memórias ruins.
Faça uma tentativa, se não estiver acreditando e veja como o seu humor se altera ao adquirir a postura ereta e correta.
O ideal é sentar-se com a coluna encostada na cadeira ou ficar de pé, levantando o queixo.
Além de melhorar a memória, você ganha –gratuitamente – o bônus de ter um fluxo sanguíneo melhorado em até 40%.
8 – Meditação
Não tem experiência em meditar? Isso não é problema se você estiver disposto a conhecer tal prática. Alguns estudos mostram que mesmo aquelas pessoas não habituadas ao exercício podem aperfeiçoar a memória em apenas 8 semanas de prática.
Quando é realizada constantemente e regularmente, a meditação melhora a habilidade de manter o foco e a pessoa consegue se dar bem nas provas futuras.
Conforme um estudo da Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, as pessoas que meditam têm maior controle sobre o que é chamado de Ritmo Alfa – uma onda cerebral considerada capaz de filtras distrações diárias.
Com isso, a prática também aumenta o fluxo sanguíneo cerebral e multiplica os mecanismos de armazenamento, garantindo que seu cérebro tenha espaço para guardar várias informações.
9 – Falta de Sono
Cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, encontraram provas de que a falta de sono pode piorar a memória e causar doenças como o Alzheimer. Durante o sono completo, as células cerebrais removem compostos tóxicos perigosos para o cérebro.
Logo, se uma pessoa não dorme o “suficiente”, ela tem um efeito devastador nas células do cérebro.
10 – Estresse
O estresse diminui a memória, a capacidade de aprender e o autocontrole.
11 – Amor e Ódio
Cientistas britânicos descobriram que o amor – assim como o ódio – se originam em áreas cerebrais semelhantes no cérebro. Porém, ao contrário do ódio, o amor reduz significativamente a atividade das áreas responsáveis pelo julgamento e o pensamento lógico.
12 – Desidratação
O cérebro é formado por quase 80% de água. Logo, uma perda do fluído pode reduzir a concentração e a atenção, o que compromete principalmente a memória de curto prazo.
13 – Gravidez
A gravidez reduz a quantidade de massa cinzenta nas áreas do cérebro responsáveis pela cognição social e a capacidade de entender outras pessoas. Tudo isso é importante para que a conexão entre a mãe e o bebê seja feita, o que ajuda a mulher a entender as necessidades do filho.
14 – Pintura
A pintura e a contemplação de obras de arte melhoram a interação entre as áreas do cérebro e retardam o seu envelhecimento.
Cientistas mostraram a influencia da arte em pessoas de 62 a 70 anos, sendo que a metade deles tinham interesse pela arte enquanto que a outra parte igual praticavam a pintura.
As aulas de pintura tinham efeitos melhores no cérebro do que o estudo e a contemplação da arte.
15 – Leitura
Pesquisadores da Oxford provaram que o processo da leitura treina habilidades cognitivas do cérebro e ativa áreas que não são usadas em outros momentos.
Ao ler, o sangue entra em áreas do cérebro responsável pela concentração e cognição. Vale ressaltar que esse efeito não ocorre quando se assiste TV ou joga vídeo game.
16 – Culinária Mediterrânea
É composta principalmente por vegetais, frutas e ômega 3 (peixes e azeites), que são aliados para uma saúde física e mental já que ajudam a preservar a memória conforme envelhecemos.
Algumas pesquisas indicam que pessoas que comem com frequência esses alimentos – ricos em ácidos graxos – e evitam carnes vermelhas ou lácteos possuem 19% menos chances de ter problemas cognitivos.
17 – Açúcar
O excesso de açúcar na dieta alimentar reduz a capacidade de aprender porque dificulta o cérebro de buscar informações e concentrar-se. Foi comprovado que o excesso de açúcar destrói conexões neurais no cérebro.
Conforme cientistas, o ingrediente industrial é muito mais prejudicial (principalmente os presentes em refrigerantes, temperos, molhos e alimentos).
Porém, o Chocolate
Os flavonoides presentes no cacau melhoram os aspectos cognitivos, conforme pesquisa. Sobre o chocolate, temos algumas considerações bastante importantes e vamos divulga-las em um tópico a parte, que você acompanha abaixo.
Chocolate para Turbinar o Cérebro
O chocolate é um dos produtos doces mais consumidos no mundo todo – tem gente inclusive que não consegue ficar sem ele um dia sequer.
O lado bom é que – quando consumido com moderação – o alimento pode ajudar as pessoas ter maior controle sobre a perda de memória e até mesmo melhorar o humor – o que é ótimo para os estressados.
Um estudo italiano – publicado no Frontiers in Nutrition – mostrou que o consumo regular beneficia a memória e o processamento de informações visuais.
A pesquisa levou em conta as quantidades de flavonoides presentes no cacau que levam a ganhos nas atividades cognitivas porque envolvem diferentes aspectos coordenados pelo cérebro, como a aquisição de memórias, atenção e raciocínio.
Atualmente, os flavonoides são considerados compostos orgânicos vegetais que obtemos com a alimentação, que tem ação antioxidante e auxiliam na absorção de vitaminas. A ideia do estudo é identificar como o cérebro reagia ao consumo.
Os pesquisadores consideram grupos para consumir quantidades variáveis da substância, na forma de bebida sabor chocolate ou em tradicionais barras. Assim, os benefícios variaram e para os mais velhos, o consumo a longo prazo melhorou a atenção, o raciocínio, a memória de curto prazo e a dicção.
Valentina Socci é pesquisadora responsável pelo estudo e diz que “os flavonoides do cacau trazem benefícios para a saúde do coração e podem aumentar a quantidade de sangue presente no giro denteado, uma área especifica do hipocampo. Essa estrutura é particularmente afetada pelo envelhecimento e tem potencial fonte de perda de memória em humanos”.
Logo, uma dose diária de chocolate – principalmente os amargos ou 70% de cacau – pode fazer um bem danada ao seu cérebro.
Opinião de Especialista
Ivan Okamoto é neurologista do Instituto da Memória da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e diz que hábitos – como esses citados aqui – podem aumentar a reserva cognitiva e, na prática, isso quer dizer que a pessoa terá um maior estoque de informações na velhice.
“Às vezes, a pessoa quer dizer uma palavra, mas não se lembra dela exatamente. Mas se ela tem essa reserva, ela consegue achar um sinônimo rapidamente. Daí a importância de tais estímulos”.
Ele cita ainda jogos de passatempo que ajudam a “malhar o cérebro”.
“É importante fazer coisas que estimulem o cérebro para que novas áreas sejam acionadas e treinadas”.
Na teoria, o nosso cérebro não funciona como um computador – que quando queremos gravar algo usamos um HD. No nosso caso – humanos – quando algo nos acontece, esse acontecimento é enviado ao hipocampo, que guarda a lembrança temporária. Lá, o cérebro decide se isso será salvo ou armazenado na memória de curto prazo, para depois sumir.
Se a memória for considerada importante, o nosso cérebro guarda a informação em partes menores, como imagens, cheiros, texturas. Entenda mais sobre a memória.
Com informações da Globo e Abril