“É especialmente durante a noite que se faz o processo de memorização. Para isso é necessário um sono profundo, o que não consegue sem boas horas dormindo”, diz a médica do Hospital das Nações Olga Judith Fustes, especialista em Medicina do Sono e Neurofisiologia Clínica.
Ela diz que cada pessoa tem que ter um tempo mínimo de sono para acordar com disposição na manhã seguinte.
“O sono do dia tem menos qualidade que o da noite. De dia as pessoas passam apenas por estágios superficiais do sono, mesmo que durmam várias horas seguidas”, diz.
“Os vestibulandos estão em uma fase em que dormiriam naturalmente mais tarde. Como eles precisam acordar muito cedo, terminam apresentando a privação de sono”.
O sono e uma boa noite de sono são determinando para o sucesso de qualquer estudante – seja ele de um concurso público ou de um vestibular. Existem inúmeros estudos e pesquisas feitas que provam que existe motivos para que os estudantes se esforcem para dormir tranquilamente todas as noites. Confira.
Como o Sono Influencia na Aprendizagem
Se você é do tipo de estudante que fica muito tempo na frente dos livros e trabalha em período integral, sem que tenha tempo para ter uma boa noite de sono, saiba que seus objetivos traçados podem estar bem longe de serem alcançados – a qualidade do sono atua diretamente nas funções intelectuais.
É ele que regula as forças mentais durante o período ativo do dia e armazena o conhecimento e as experiências valiosas da pessoa enquanto ela dorme.
Mais do que isso, cada etapa do sono é separada para que o cérebro consiga estocar determinados tipos de informações, o que é interessantíssimo para otimizar o estudo. Por exemplo, as músicas e as atividades físicas são gravadas logo nos primeiros minutos, enquanto que temas especiais ou de direção são memorizados na sequência.
Um dos motivos, para sermos breves, é que as informações captadas ao longo do dia chegam ao hipocampo, onde tem a acetilcolina, que é capaz de guardar temporariamente os conhecimentos.
Durante o sono, essa substância permanece praticamente inativa, já que o cérebro não recebe novas informações neste momento – do sono.
Aí, vale outra informação importante, que também é comprovada por estudos: nossos neurônios precisam de pelo menos 2 horas para voltar à ativa após o sono. Logo, os primeiros horários do dia não são indicados para o aprendizado e o mesmo vale para o final do dia, quando o corpo produz melatonina e o cérebro fica “mais lento”.
Também conforme pesquisas, o melhor sono para o aprendizado se encerra por volta das 6 horas da manhã. A 1ª razão é o fato de corpo estar biologicamente programada para o repouso até essa hora. Depois, a temperatura do corpo está 1 grau celsius mais baixa. Por fim, quem acorda mais cedo consegue aproveitar todos os picos de aprendizado.
Paralelamente, quem levanta da cama por volta das 8 horas da manhã tem o período favorável à atividade intelectual reduzido em até 20%, o que cria um consenso sobre a impossibilidade de compensar mais tarde o tempo da atividade máxima.
7 Passos para Descobrir Qual é o Melhor Horário para Estudar
Das 6 às 8 horas
É um período desfavorável ao estudo. Bilhões de neurônios inertes durante o sono precisam de pelo menos 2 horas para voltar à ativa.
Das 8 às 12 horas
O corpo libera hormônios, como o cortisol e os da tireoide, que estimulam as atividades dos neurônios. São 4 horas importantes para a estimulação de informações.
Das 12 às 13 horas
É considerado o horário do almoço. O corpo se volta para a produção de um conjunto de hormônios que confere a sensação de fome. A capacidade de concentração fica comprometida.
Das 13 às 14 horas
O processo digestivo consome cerca de 1 hora e isso provoca lentidão neuronal. Algumas pesquisas revelam que um descanso neste período potencializa a memória.
Das 14 às 18 horas
O corpo volta a liberar os hormônios que liberam a performance dos neurônios. É uma boa hora para aquisição de novos conhecimentos.
Das 18 às 21 horas
Período favorável para revisar conteúdo da aula, pois 12 horas depois do despertar, que os neurônios mais se dedicam ao processamento de informações assimiladas ao longo do dia.
Das 21 às 22 horas
O corpo produz melatonina e o cérebro passa a funcionar em ritmo mais lento.
Sendo assim, agora vem o melhor questionamento: qual o melhor horário para estudar?
Existem várias hipóteses e várias pesquisas para confirmar uma resposta. Inclusive, um desses estudos é chamado de “power-naps” ou “poderosos cochilos”. É um estudo sobre a qualidade do sono, que mostra como melhorar a produtividade.
É importante pensar que não há uma forma mágica ou única sobre o melhor horário para o estudo. A melhor opção é encontrar formas de otimizar o sono para melhorar o aprendizado.
Para 90% das pessoas, o repouso ideal tem uma duração de 1/3 do dia, ou seja, o equivalente à 8 horas diárias.
Esse, em tese, seria o tempo necessário para concluir os ciclos do sono, o que é um padrão favorável tanto ao descanso quanto à memória.
Mas, de forma geral, existem recomendações médicas que seguem uma listagem, confira:
Recém-Nascidos (até 3 meses) – o ideal é dormir entre 14 e 17 horas por dia, embora seja aceitável um período entre 11 e 13 horas. Não é aconselhável dormir mais do que 18 horas.
Bebês (4 a 11 meses) – recomenda-se um sono que dure entre 12 e 15 horas. Também se permite 11 e 13 horas, mas não mais do que 18.
Crianças Pequenas (1-2 anos) – o ideal é que seja mais do que 9 horas e menos que 15.
Crianças em Idade Pré-Escolar (3-5 anos) – o ideal é variar entre 10 e 13 horas.
Crianças em Idade Escolar (6-13 anos) – o aconselhável é dormir entre 9 e 11 horas.
Adolescentes (14-17 anos) – os adolescentes precisam dormir em torno de 10 horas.
Adultos Jovens (18-25 anos) – de 7 a 9 horas por dia.
Adultos (26-64 anos) – o ideal é dormir entre 7 e 9 horas, embora muitos não consigam.
Idosos (acima de 65 anos) – o mais saudável é dormir de 7 a 8 horas por dia.
O que diz a Neurociência sobre o Sono e a Aprendizagem
Kandel é um ganhador do Prêmio Nobel devido à estudos sobre a memória e diz que é “um estado altamente organizado, gerado pela ação cooperativa de muitos componentes comportamentais e neurais”. Logo, há muitas outras teses sobre o sono e a aprendizagem.
Para o neurocientista Fernando Louzada, por exemplo, precisa existir uma maior flexibilidade de início das aulas para que o sono dos alunos seja preservado. A Academia Americana de Pediatria divulgou um documento que orienta as escolas a iniciarem as aulas dos adolescentes por volta das 8h30.
Os pesquisadores afirmaram que a falta de sono torna o estudante mais propenso à obesidade, diabetes e depressão, além de buscar estímulo em bebidas com cafeína, como refrigerantes e café, além dos energéticos.
Já a National Sleep Foundation recomenda que os adolescentes durmam, no mínimo, 8 horas por noite.
Ela diz que adolescentes que dormem menos que isso apresentam uma ou mais características associadas à alteração do sono, como: sedentarismo, uso excessivo de computadores (também inclusos vídeo games, mídias digitais), fumo de cigarro, bebidas alcoólicas e depressão.
Recomendações para Dormir Bem
Conforme a National Sleep Foundation dá algumas dicas para os adolescentes que precisa dedicar parte do tempo para estudar. Segue a lista:
- Vá para a cama na mesma hora todos as noites,
- Levante na mesma hora todas as manhãs,
- Certifique de que o seu quarto é silencioso, escuro e tem ambiente relaxante,
- Certifique se sua cama é confortável para dormir,
- Remova ou desligue todos os televisores (computadores, gadgets),
- Evite grandes refeições algumas horas antes de deitar.
“As escolas precisam criar espaços que respeitam o relógio biológico dos estudantes durante todo o seu crescimento: onde os alunos da Educação Infantil possam tirar um soninho e adolescentes sejam acolhidos em suas peculiaridades”, afirma a professora Kátia Chedid.
“Sono e aprendizagem andam lado a lado e, quando antes a escola compreender isso, antes poderá se adequar para potencializar o desempenho dos estudantes. As contribuições da neurociência podem ajudar com argumentos, mas a discussão está apenas no início”.
PESQUISA: Entenda como Funciona a Falta de Sono no Cérebro
Alguns cientistas do Canadá lançaram aquilo que prometem ser o maior estudo já feito no mundo sobre o impacto das noites mal dormidas na vida das pessoas, inclusive dos estudantes – eles querem que as pessoas registrem suas experiências na internet pra que testes cognitivos sejam feitos a partir de tais experimentos.
Os jogos de computador vão testar as habilidades como raciocínio, compreensão da linguagem e tomada de decisões.
O responsável pelo estudo é o neurocientista britânico Adrian Owen, do Instituto de Cérebro e Mente da Universidade Western, no Canadá.
“Sabemos como nos sentimos após uma noite mal dormida, mas conhecemos muito pouco sobre os efeitos da falta de sono no cérebro. Queremos ver como isso afeta a cognição, a memória e a habilidade de concentração”.
Conforme Owen, a equipe vai analisar o desempenho dos participantes nesses testes para notar os diferentes resultados a partir das horas dormidas. Ele prevê que a necessidade diária de sono varia de pessoa para pessoa, porém o estudo pode conseguir reunir um número significativo de voluntários.
Isso vai permitir que cientistas tenham um número médio de horas necessárias para otimizar a função cerebral.
VOLUNTÁRIOS
O estudo já tem 4 voluntários:
Hooman Ganjavi – um psiquiatra acostumado a fazer plantões noturnos. “Durmo apenas de quatro a cinco horas por noite. Sei que a falta de sono aumenta o risco de doenças cardíacas e de derrame, mas, como muitos médicos, não aplico essas regras ao meu dia a dia”.
Sylvie Salewski – mãe de duas meninas pequenas. “Para mim uma boa noite de sono é quando elas me acordam duas ou três veze; não consigo me lembrar do que é dormir um noite toda sem ser incomodada, normalmente me sinto meio desnorteada no dia seguinte”.
Evan Agnew – é um vigia aposentado. “Nunca dormi mais de oito horas de sono por noite, e na minha idade não acho que preciso de mais de quatro horas. Acabo complementando meu sono durante o dia com um ou dois cochilos”.
Cecilia Kramar – é um neurocientista que faz pesquisas cognitivas com camundongos noturnos, o que significa passar noites em claro no laboratório. “Quando não durmo muito, não consigo fazer nada complicado no dia seguinte, como ler uma revista cientifica porque meu cérebro não funciona bem”.
TESTES
Alguns testes foram selecionados para fazer parte do processo. Eles foram jogados em qualquer computador, tablet ou smartphone.
Double Trouble – é um jogo onde necessita que o jogador clique na palavra debaixo que corresponde à cor na qual a palavra acima está escrita.
Odd One Out – tem um começo fácil, mas se torna complexo. O jogador precisa achar o objetivo que não pertence ao grupo.
Grammatical Reasoning – é a afirmação sobre o diagrama ser verdadeira ou falsa: parece fácil até você começar a lidar com negações.
Spatial Planning – o jogo testa a habilidade de planejar com antecedência: como todos os outros e mede a competência cognitiva que usamos repetidamente durante todo o dia.
DESEMPENHO
“Depois de ficarmos acordados até as 4 horas, podemos dormir por 4 horas. Quando refizemos os testes cognitivos durante a manhã, Evan, Cecília e eu tivemos um desempenho muito pior do que na noite anterior”, conta o repórter da BBC, que também participou do teste.
Hooman, que já estava acostumado a ficar de plantação não registrou variação negativa em sua pontuação, enquanto que a de Sylvie chegou, inclusive, a melhorar.
“Embora fique um pouco desnorteada durante a manhã, talvez tenha me acostumado a funcionar com pouco sono. Tenho de estar funcionado assim que meus filhos acordam, então é normal para mim”, traduziu Sylvie.
Walsh, que é da BBC, diz que descobriu que o seu cérebro parecia uma maquina de tomografia computadorizada.
“Meu cérebro foi examinado duas vezes – depois de uma noite de sono normal e logo depois de uma noite mal dormida. A tomografia é capaz de detectar o fluxo de sangue no meu cérebro – as áreas que estão trabalhando mais intensamente são identificadas”.
“Pode ser que a falta de sono esteja tendo efeitos muito profundos na tomada de decisão e talvez a gente devesse evitar tomar decisões importantes como comprar uma casa ou mesmo se casar depois de uma noite mal dormida”, avalia Owen.
RESULTADOS
O principal resultado mostra que passamos 1/3 da nossa vida dormindo, logo, o sono é tão vital para a nossa saúde quanto os alimentos que ingerimos e o ar que respiramos. Porém, para os especialistas, a luta cultural é para estarmos ligados durante 24 horas por dia.
Um estudo publicado na revista científica Nature Reviews Neuroscience apontou que havia “uma compreensão notavelmente pequena” das consequências da falta de sono crônica para o cérebro.
Curiosidade: O Sono dos Gênios
A ciência do sono nem sequer ainda era estudada quando alguns dos maiores gênios da história tinha modos de repousar diferentes e que faziam toda a diferença nos seus processos criativos. Confira 3 exemplos!
1 – Leonardo da Vinci: o pintor da Mona Lisa e idealizador do princípio do voo do helicóptero perseguia o descanso da mente com uma rotina incomum – trocava o sono noturno por cochilos de quinze minutos a cada duas horas.
2 – Thomas A. Edison: o inventor da lâmpada mantinha um diário onde avaliava a qualidade do sono na noite anterior. Não queria perder tempo. Não passava mais de três horas na cama.
3 – Albert Einstein: ele hibernava dez horas seguidas todas as noites, exceto quando estava às voltas com uma nova ideia. Nessas ocasiões, premiava-se com uma hora extra na cama.
Sabe qual o Jeito Mais Simples de Memorizar Informações para Concursos?
A memorização tem que fazer parte do método de estudo de qualquer candidato à concurso público do país. Esse conjunto de técnicas é usado para fixar o conteúdo que foi aprendido. E o que quase ninguém sabe é que essa maneira de reter informações pode ser aprendida bem rapidamente.
Em números, praticamente 80% dos resultados das provas não são gerados pelo fato de a pessoa ser mais inteligente do que a outra, mas sim porque ela soube usar estratégias corretas durante o estudo.
Se você tem um Plano de Estudos, saiba que está no caminho certo. Se ainda não tem, está mais do que na hora de criar um. Nele será possível criar um cronograma para revisar conteúdos.
E essa revisão é um passo importante no processo de memorização. Na real, a Revisão é o Jeito Mais Simples de Memorizar Matérias para os Concursos. Logo, o papel da revisão é de manter a chama do conhecimento aceso na sua mente, sendo que quando essa chama se apaga, você esquece-se do que estudou.
Não há segredos: se você sabe fazer a revisão da forma certa, você tem grandes chances de conseguir fixar a maior parte do conteúdo que estudou durante o período de preparação.
E não importa qual a melhor maneira que você encontrou para estudar – se é durante a noite, no ônibus, pelo celular – se não tiver uma revisão qualitativa, você estará destinado ao fracasso nas provas futuras.
Aí você se pergunta:
- Como Fazer a Revisão Correta?
- O que uma Revisão tem que Ter?
- Como a Revisão Pode Influenciar na Retenção de Conteúdo?
- Aliás, quantas vezes é preciso Revisar uma mesma informação?
Acredite você: nós temos essas respostas!
Só que nós a deixamos no final do artigo. Sabe por quê? Porque antes disso, você precisa entender como é o funcionamento da nossa memória e como ela atua no cérebro. Não precisa ficar preocupado, fizemos um guia bem resumido desse assunto.
Você vai aprender bem rapidamente sobre as memórias e depois, sim, chegará ao segredo final, que é a cereja deste artigo.
O que é Memória?
A memória é uma faculdade cognitiva extremamente importante porque ela forma a base para a aprendizagem.
Se não houvesse uma forma de armazenamento mental de representações do passado, não teríamos uma solução para tirar proveito da experiência.
Assim, a memória envolve um complexo mecanismo que abrange o arquivo e a recuperação de experiências, portanto, está intimamente associada à aprendizagem, que é a habilidade de mudarmos o nosso comportamento através das experiências que foram armazenadas na memória.
Em outras palavras, a aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos e a memória é a retenção daqueles conhecimentos aprendidos.
A explicação acima é da especialista Silvia Helena Cardoso. Mas, você não precisa entender cada palavra dessa explicação, que é bastante teórica. Selecionamos o que é mais importante…
Existem dois tipos de memória:
Memória de Procedimentos (Não Declarativa): É aquela das ações que você realiza no seu dia a dia. Logo, ela não pode ser declarada porque você não sabe que está usando o tempo todo.
Memória Declarativa (Explícita): É a memória que é capaz de evocar palavras ou ações. Essa é a memória que se usa nos estudos e ela é ainda subdividida entre as de curto e longo prazo.
Agora, podemos pensar nas partes do cérebro. Conforme o pesquisador John H. Byrne, da UT Medical School at Houston, o hipocampo está mais envolvido na formação das novas memorias, porém, as antigas ficam em outras partes, como no Córtex Frontal.
Por que nos esquecemos de conteúdos estudados?
Essa é uma boa pergunta. Mas há de se levar em conta que um problema muito sério pode ser a falta de atenção e não, necessariamente, problemas com a memoria.
O Grande Detalhe é que muitas vezes nos esquecemos de coisas importantes, que não deveria ser esquecidas. Exatamente como um conteúdo importante que vai cair na prova ou, por que não, a data de aniversário do seu parceiro.
Logo, pode-se destacar 3 pontos super importantes que afetam o esquecimento de informações. Leia!
Desuso da Informação
Esse é o motivo número 1 e é por causa dele que você vai entender como a Revisão é importante para te auxiliar na retenção de informações.
Ao contrário da maior parte das profissões, o estudante é exigido muito mentalmente. Já que torna necessário fazer várias leituras e estudos de determinados conteúdos que serão memorizados.
Dica Simples: Revise o conteúdo a cada… Bom, essa informação estará nos próximos tópicos, não deixe de ler!
Novo Aprendizado
Quando você aprende algo novo, isso também interfere e pode provocar uma alteração na informação que você assimilou. Isso porque são criadas novas conexões sinápticas que faz com que as antigas se tornem obsoletas.
O que fazer? Sempre use todas as informações: tanto as novas quanto as antigas.
A Dica? Revisão, claro!
Com informações do G1, andragogiabrasil e geekie